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quinta-feira, 28 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Autoconhecimento
O indivíduo que quer ter uma resposta para o
problema do mal, tal como ele se apresenta hoje em dia, precisa, acima de tudo,
de autoconhecimento; quer dizer, do conhecimento mais absoluto possível da sua
própria totalidade. Ele deve conhecer profundamente quanto bem ele pode fazer e
que crimes é capaz, e deve ficar alerta para não considerar uma coisa como real
e a outra como ilusão. Ambas são elementos dentro da sua natureza e ambas devem
vir à luz nele, caso queira - como deveria - viver sem se enganar ou se
iludir.
C. G. Jung
terça-feira, 26 de junho de 2012
Diálogo sobre o meio de vida correto
KRISHNAMURTI: Senhores, que significa “meio de vida”? É
ganhar o suficiente para as nossas necessidades, que são alimento, roupa e
morada, não é verdade? A dificuldade relativa ao meio de vida só surge quando
nos servimos das coisas essenciais à vida — alimento roupa e morada — como meios
de agressão psicológica. Isto é, quando me sirvo das necessidades, das coisas
indispensáveis, como meios de engrandecimento pessoal, surge então problema
relativo ao meio de vida; e a nossa sociedade está essencialmente baseada, não
no suprimento das coisas essenciais, mas no engrandecimento psicológico, no uso
das coisas essenciais para expansão psicológica de nós mesmos. Senhores, tendes
de pensar nisso a fundo, por uns instantes. Sem dúvida o alimento, o vestuário e
o teto poderiam ser produzidos em abundancia, pois para tanto há suficientes
recursos científicos; mas o clamor pela guerra é maior, não apenas por parte dos
mercadores de guerra, mas também por parte de cada um de nós, cada um de nós é
violento. Há suficientes conhecimentos científicos para suprir todas as
necessidades do homem; isso já foi calculado, e tudo poderia ser produzido em
tal escala, que nenhum homem passaria necessidade. Mas porque não se realiza
isso? Porque ninguém se satisfaz apenas com alimento, roupa e morada; cada um
quer mais. E esse “mais” é o poder. Mas seria irracional ficarmos satisfeitos
apenas com as coisas necessárias à vida. Ficaremos satisfeitos com as coisas
necessárias, no seu sentido exato — que é estar livre do desejo de poder —
quando tivermos encontrado o imperecível tesouro interior a que chamamos Deus, a
verdade, ou como quiserdes. Se puderdes encontrar essas riquezas imperecíveis
dentro em vós, vos sentireis satisfeito com poucas coisas, e essas poucas coisas
podem ser fornecidas.
Mas, somos por desventura levados pelos valores
sensoriais. Os valores dos sentidos se tornaram mais importantes do que os
valores do real. Afinal de contas, toda a nossa estrutura social, nossa
civilização atual está essencialmente baseada nos valores sensoriais. Os valores
sensoriais não são meros valores dos sentidos, mas valores do pensamento porque
o pensamento é também produto dos sentidos; e quando o mecanismo do pensamento,
que é intelecto, é cultivado, há então em nós um predomínio do pensamento, que é
também um valor sensorial. Assim, enquanto vivermos em busca do valor sensorial
— do tato, do paladar, do olfato, da percepção, ou do pensamento — o exterior
será sempre muito mais importante do que o interior; e a simples rejeição do
exterior não nos dá acesso ao interior. Podeis repudiar o exterior e vos retirar
para uma floresta ou uma caverna, e lá pensar em Deus; mas essa própria rejeição
do exterior, esse próprio pensar em Deus, é ainda de natureza sensorial, porque
o pensamento está baseado nos sentidos, e todo o valor baseado nos sentidos
trás, infalivelmente, a confusão, — como está acontecendo no mundo de hoje. O
que é sensorial predomina, e enquanto a estrutura social estiver edificada nessa
base será sempre muito difícil a escolha do meio de vida.
Qual é, então, o meio de vida correto? Esta pergunta só
poderá ser respondida quando houver completa revolução na atual estrutura
social, não uma revolução segundo a fórmula da direita ou a da esquerda, mas
completa revolução de valores não baseados nos sentidos. Agora, aqueles que têm
lazeres, como as pessoas mais idosas, aposentadas, que passaram os anos de
mocidade procurando Deus ou várias formas de distração, se essas pessoas
aplicassem realmente o seu tempo, as suas energias, em descobrir a solução
correta, poderiam agir como intermediários, como instrumentos para a realização
da revolução mundial. Mas isso não lhes interessa. Interessa-lhes a segurança.
Trabalharam tantos anos para fazer jus às suas pensões que preferem passar
confortavelmente o resto da vida. Dispõem de tempo, mas são indiferentes; só
lhes interessa uma certa abstração chamada Deus e que nenhuma conexão apresenta
com o real; sua abstração, porém, não é Deus, é uma forma de fuga. E os que
vivem empenhados em incessantes atividades, esses estão no meio da torrente e
não dispõem de tempo para procurar as soluções dos vários problemas da vida.
Assim, aqueles que se interessam por essas coisas, pela realização de uma
transformação radical no mundo, resultante da compreensão de si próprios, - só
deles se pode esperar algo.
Senhores, é fácil reconhecer a profissão errada. Ser
soldado, policial, ou advogado, é obviamente uma profissão injusta — porque
esses vivem do conflito, da dissensão. E o grande negociante, o capitalista,
vive da exploração. O grande negociante pode ser um indivíduo, ou pode ser o
Estado; se o Estado se incumbe de grandes negócios, não cessa de explorar a vós
e a mim. E como a sociedade está baseada no exército, na polícia, na lei, no
grande negociante, isto é, no princípio da dissensão, da exploração e da
violência, como podemos sobreviver, vós e eu, que desejamos exercer uma
profissão decente, justa? Temos crescente desemprego, exércitos cada vez
maiores, forças policiais mais numerosas, com seus serviços secretos, os grandes
negócios se hipertrofiam, formando vastas empresas que com o tempo passam às
mãos do Estado, pois o Estado se tornou uma grande, empresa, em certos países.
Dada essa situação de exploração, essa sociedade edificada sobre a dissensão,
como ireis encontrar um meio de vida correta? É quase impossível, não é verdade?
Ou tendes de retirar-vos a formar com uns poucos uma comunidade autárquica,
cooperativa, ou sucumbis essa máquina formidável. Mas, como sabeis, a maioria de
nós não têm verdadeiro empenho em encontrar o meio de vida, correto. Cada um
está interessado em obter um emprego e nele se manter, na esperança de promoções
e de salários cada vez mais altos. Porque o que desejamos é segurança, garantia,
uma posição permanente, e não a revolução, radical. Não são os que estão
satisfeitos consigo mesmos, os que estão contentes, mas só os aventureiros, que
fazem experiência com a própria vida, com a própria existência, que descobrem as
coisas reais, uma nova maneira de viver.
Assim, antes que possa haver um meio de vida correto, é
necessário que se reconheçam os meios de vida evidentemente falsos: o exército,
a advocacia, a polícia, as grandes empresas que aliciam as pessoas e as
exploram, em nome do Estado, do capital, ou da religião. Quando percebeis o
falso e o desarraigais, há transformação, há revolução, e essa revolução pode
criar uma nova sociedade. Procurar, como indivíduo, um meio de vida justo, é
bom, é excelente, mas não resolve o vasto problema. O vasto problema só é
resolvido quando vós e eu não estamos, à procura de segurança. Não há coisa tal
como a segurança. Que acontece quando procurais a segurança? Que está
acontecendo no mundo, no presente? Toda a Europa quer segurança, clama por
segurança, e que sucede? Todos querem segurança por meio do seu nacionalismo.
Afinal de contas, vós sois nacionalistas porque desejais a segurança, e pensais
que por meio do nacionalismo a tereis. Já se têm provado repetidas vezes que não
se pode ter segurança por meio do nacionalismo, pois o nacionalismo é um
processo de isolamento, provocador de guerras, sofrimentos e destruição. Assim o
meio de vida justo, em vasta escala, deve começar com aqueles que compreendem o
que é falso. Quando batalhais contra o falso estais criando o meio de vida
justo. Quando batalhais contra toda a estrutura da dissensão, da exploração por
parte da esquerda ou da direita, ou contra a autoridade da religião e dos
sacerdotes — essa é a profissão correta, no momento atual. Porque os que assim
procedem criarão uma nova sociedade, uma nova civilização. Mas, para batalhar,
precisais ver como toda a clareza e precisão o que é falso, a fim de que o falso
desapareça. Para descobrirdes o que é falso cumpre percebê-lo lucidamente,
observar todas as coisas que estais fazendo, pensando e sentindo; e, como
resultado disso, não apenas descobrireis o que é falso, mas virá também uma nova
vitalidade, uma nova energia, e essa energia determinará que espécie de trabalho
deveis ou não deveis fazer.
Krishnamurti – Do livro: Novo Acesso a Vida – Editora ICK
– 15 de agosto de 1948
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Perdoar os pais
Desfazer aquilo que foi feito pela sociedade é
a religião verdadeira - desfazer todo o absurdo que tem sido feito pelos seus
benfeitores.
Eles podem achar que o estão ajudando, mas
podem estar destruindo-o sem saber. Eles próprios podem ser vítimas dos pais e
da sociedade. Eu não estou dizendo nada contra eles. Eles precisam de grande
compaixão.
Gurdjieff costumava dizer a seus discípulos que
um homem somente se torna religioso quando é capaz de perdoar os pais.
Perdoar? Sim, é assim que é. É muito difícil.
No momento em que você se torna consciente, é muito difícil, quase impossível,
perdoar seus pais, porque eles fizeram tantas coisas a você! Sem saber, é claro,
num comportamento inconsciente, claro, mas ainda assim fizeram.
Eles destruíram seu amor e lhe deram a lógica
morta. Eles destruíram sua inteligência e lhe deram, como substituto, o
intelecto. Eles destruíram sua vida e sua vivacidade e lhe deram um padrão fixo
de vida, um plano para se apoiar.
Eles destruíram sua direção e lhe deram uma
destinação. Eles destruíram sua celebração e o transformaram em utilidades do
mercado. É muito difícil perdoá-los, daí todas as antigas tradições dizerem para
se respeitarem os pais.
É difícil perdoá-los; é muito, muito difícil
respeitá-los. Mas se você compreender você os perdoará. Você dirá o mesmo que
Jesus disse na cruz: “Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem”.
Sim, são exatamente essas as palavras.
E todo mundo está na cruz - e a cruz não é
preparada pelos seus inimigos, mas pelos seus pais, pela sociedade... e todo
mundo está crucificado.
Osho
sábado, 16 de junho de 2012
Acordem! pensam que sabem algo , por terem lido uma enorme pilha de livros ?
Um chute psíquico bem dado em mentes imaturas, que pensam que sabem algo, que podem ler o interior de outras mentes, só por terem lido uma enorme pilha de livros, quando nem ao menos se assumiram no mundo... Para um bom entendedor, essas cenas, falam muito! Acordem! Aos que forem, realmente sérios, quanto ao auto-conhecimento, talvez ainda haja tempo para deixar de compartilhar neste mundo, prá lá de doente, sua doença expressa por prepotência, arrogância, petulância e, sobretudo, soberba... Acordem!
sábado, 9 de junho de 2012
Te olho nos olhos
Te olho nos olhos e você reclama que
te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os
abraços, guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não
importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa, desculpa se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de
ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada onde ficam
seus passos. Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos! Eu
não vou renunciar a mim; nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva e permanecer
te olhando profundamente.
Anônimo
A desumanidade do homem
Perguntaram a Osho:
Por que as pessoas tratam uns
aos outros como o fazem? Tudo isso é condicionamento, ou há algo no
homem que o torna disposto a se desviar?
São ambas as coisas.
Primeiro, há alguma coisa no
homem que o desencaminha. E segundo, existem pessoas cujos interesses é
desencaminhar os seres humanos. Ambos juntos criam um ser humano falso,
um impostor. Seu coração anseia por amor, mas sua mente condicionada o
impede de amar.
Esse é o problema. A criança
nasce com um coração que anseia por amor, mas ela também nasce com um
cérebro que pode ser condicionado.
A sociedade tem que
condicioná-lo contra o coração, porque o coração será sempre rebelde
contra a sociedade, ele irá sempre seguir seu próprio caminho. O coração
não pode ser tido como um soldado. Ele pode se tornar um poeta, ele
pode se tornar um cantor, pode se tornar um dançarino, mas não pode se
tornar um soldado.
Ele pode sofrer pela sua
individualidade, ele pode morrer pela sua individualidade e liberdade,
mas ele não pode ser escravizado. Esse é o estado do coração. Mas a
mente...
A criança vem com um cérebro
vazio, apenas um mecanismo, o qual você pode arrumar da maneira que você
quiser. Ele irá aprender a língua que você ensinar, ele aprenderá a
religião que você ensinar, ele aprenderá a moralidade que você ensinar.
Ele é simplesmente um
computador, você apenas o alimenta com informações. E toda sociedade
cuida de tornar a mente cada vez mais forte para que se houver algum
conflito entre a mente e o coração, a mente irá vencer. Mas cada vitória
da mente sobre o coração é uma miséria. É uma vitória sobre sua
natureza, sobre seu ser — sobre você — pelos outros. E eles cultivaram
sua mente para servir ao propósito deles.
Portanto, a mente é vazia, seu
cérebro; você pode colocar qualquer coisa nela. E com vinte e cinco anos
de educação você pode torná-la tão forte que você pode esquecer seu
coração; você irá permanecer sempre miserável.
A miséria é que seu coração só
pode lhe dar alegria, só pode lhe dar felicidade, só pode lhe fazer
dançar. A mente pode fazer aritmética, mas ela não pode cantar uma
canção. Essas não são as habilidades da mente. Assim você está dividido
entre sua natureza, que é seu coração, e a sociedade, que é sua cabeça. E
certamente você nasce — todos nascem — com esses dois centros. Essa é a
dificuldade.
E um centro está vazio. Numa
sociedade melhor ele será utilizado de acordo com o coração, para servir
ao coração. Então será uma grande vida, cheia de regozijos. Mas até
agora temos vivido numa sociedade feia, com idéias podres. Eles usaram a
mente. E essa vulnerabilidade existe — a mente pode ser usada.
Agora os comunistas a estão
usando de uma maneira; os fascistas a usaram na Alemanha de outra
maneira; todas as outras religiões a estão usando de diferentes
maneiras. Mas essa vulnerabilidade está em todos os indivíduos: que você
tem uma mente que você trouxe vazia. De fato, isso é uma bênção da
existência – mas, mal utilizada, explorada.
Ela lhe é dada vazia para que
você possa fazê-la perfeitamente subserviente ao seu coração, aos seus
anseios, ao seu potencial. Não há nada de errado nisso. Mas os
interesses investidos por todo o mundo encontraram nisso uma bela
oportunidade para eles — para usar a mente contra o coração. Assim você
permanece miserável e eles podem lhe explorar por todos os meios que
quiserem.
Eis porque todo o mundo é miserável.
Todo mundo quer ser amado, todos
querem amar; mas a mente é uma barreira tal que nem lhe permite amar,
nem lhe permite ser amado. Em ambos os casos a mente fica no caminho e
começa a distorcer tudo. E mesmo se por acaso você encontrar uma pessoa
que você sinta amor por ela e a pessoa sinta amor por você, suas mentes
não irão concordar. Elas foram treinadas por sistemas diferentes,
religiões diferentes, sociedades diferentes.
Ser feliz é um direito inato de
todos, mas infelizmente a sociedade, as pessoas com as quais estamos
vivendo, que nos trouxeram para este mundo, não pensaram nada a respeito
disso. Elas estão somente reproduzindo seres humanos como animais — até
mesmo pior que isso porque pelo menos os animais não são
condicionados.
Esse processo de condicionamento
deve ser completamente mudado. A mente deve ser treinada para ser uma
serva do coração. A lógica deve servir ao amor. E assim a vida pode se
tornar um festival de luzes.
Osho
O dramático paradoxo exploratório do Homem
O homem vive um dramático paradoxo
exploratório. Ele pensa, explora e conhece cada vez mais o mundo que o
envolve, mas pouco pensa sobre seu próprio ser, sobre a riquíssima
construção de pensamentos que explode num espetáculo indescritível a
cada momento da existência. O homem moderno, com as devidas exceções,
perdeu o apreço pelo mundo das idéias.
Apesar de ter escrito este livro
principalmente para pesquisadores, profissionais e estudantes da
Psicologia, da Psiquiatria, da Filosofia, da Educação e das demais
áreas cuja ferramenta fundamental seja o trabalho intelectual, eu
gostaria que ele também atingisse o leitor que não se considera um
intelectual nessas áreas. O direito de pensar com liberdade e
consciência crítica é um direito fundamental de todo ser humano; e este
livro objetiva contribuir para esse direito.
Aprender a apreciar o mundo das
idéias, percorrendo as avenidas da arte da dúvida e da crítica, estimula
o processo de interiorização, expande a inteligência e contribui para a
prevenção da síndrome da exteriorização existencial e das doenças
psíquicas.
(...) Um dos maiores erros da
educação clássica, que bloqueia a formação de pensadores, foi e tem sido
o de transmitir o conhecimento pronto, acabado, sem evidenciar o seu
processo de produção, o seu rosto histórico.
No VII Congresso Internacional de Educação * ministrei uma conferência sobre "O funcionamento da mente e a formação de pensadores no terceiro milênio".
Na ocasião, comentei que no mundo atual, apesar de termos multiplicado
como nunca na história as informações, não multiplicamos a formação dos
homens que pensam. Estamos na era da informação e da informatização, mas
as funções mais importantes da inteligência não estão sendo
desenvolvidas.
Ao que tudo indica, o homem do
século XXI será menos criativo do que o homem do século XX. Há um clima
no ar que denuncia que os homens do futuro serão mais cultos, mas, ao
mesmo tempo, mais frágeis emocionalmente, terão mais informação, contudo
serão menos íntimos da sabedoria.
A cultura acadêmica não os
libertará do cárcere intelectual. Será um homem com mais capacidade de
respostas lógicas, mas com menos capacidade de dar respostas para a
vida, com menos capacidade de superar seus desafios, de lidar com suas
dores e enfrentar as contradições dá existência. Infelizmente, será um
homem com menos capacidade de proteger a sua emoção nos focos de tensão e
com mais possibilidade de se expor a doenças psíquicas e
psicossomáticas. Será um homem livre por fora, mas prisioneiro no território da emoção.
O sistema educacional que se
arrasta por séculos, embora possua professores com elevada dignidade,
possui teorias que não compreendem muito nem o funcionamento multifocal
da mente humana nem o processo de construção dos pensamentos. Por isso, enfileira
os alunos nas salas de aula e os transforma em espectadores passivos do
conhecimento e não em agentes do processo educacional.
Augusto Cury - Inteligência Multifocal
terça-feira, 5 de junho de 2012
Autoridade
Se um homem deseja obedecer e seguir a um outro, ninguém pode impedi-lo; porém é o superlativo da falta de inteligência e leva a grande infelicidade e frustração.
Se aqueles de vocês que estão me
ouvindo, começarem a pensar real e profundamente sobre a autoridade,
não mais seguirão a ninguém, inclusive a mim próprio. Como disse, porém,
é muito mais fácil seguir e imitar do que, realmente, libertar o
pensamento da limitação do medo, e bem assim, da compulsão e da
autoridade.
Admitir a autoridade é
abandonar-se à influência de outros, o que implica sempre o propósito, o
desejo de se obter algo em retorno; ao passo que na outra há absoluta
insegurança; e como as pessoas preferem a ilusão do conforto, da
segurança, seguem a autoridade com sua frustração. Se, porém, a mente
discerne a ilusão do conforto ou da segurança, nasce a inteligência, o
desconhecido, a essência da vida.
Krishnamurti
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Observação
Para se perceber qualquer coisa na
vida, tem que haver uma certa calma na mente, não uma calma disciplinada
– nesse caso não é calma, é uma mente sem vida. Ora, uma mente em
conflito não deixa observar nada, observar eu próprio. Portanto, se
estou em permanente conflito, em constante movimento, a mexer, a falar,
eternamente a fazer perguntas, a explicar; aí não é possível haver
qualquer observação. É isso que a maior parte de nós faz, quando estamos
perante 'o que é'. Portanto, vemos que só pode haver observação quando
não há conflito. Para não haver conflito, podemos tomar um
tranquilizante, um comprimido, para ficarmos tranquilos, mas não é isso
que dá percepção, isso apenas nos faz é dormir; e isso é provavelmente o
que a maior parte de nós quer.
Ora, para observar, tem que haver uma certa tranquilidade na mente; e se vê ou não o que é a verdade, depende da qualidade da mente.
Krishnamurti
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Queridos em primeiro lugar eu me considero um intelectual outsider , coisa aqui rara no Brasil , não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo inclusive a nenhum grupo de intelectuais não respondo a nenhum credo , não participo de qualquer militância . ( Milton Santos . )
Meus escritos são para aqueles que desejam receber a verdade, num estado de mente simples e infantil, pois eles possuirão o reino de Deus. Escrevi unicamente para aqueles que buscam; para os astutos e expertos, nada tenho a dizer...
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme
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