" Eu vi um poço fundo e escuro; em sua borda havia um balde amarrado em uma corda. Eu vi o balde sendo baixado para dentro do poço e, quando ele foi novamente puxado para cima e para fora da escuridão, ele estava transbordante de água clara e pura. Eu ouvi as palavras: Bem dentro de cada alma existe a pureza do Espírito. Procure sem pressa até encontrá-la e, então traga-a à tona." Eileen Caddy
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como trato os homens?



Que obrigação moral eu tenho para com meus semelhantes? Nenhuma, senão aquela que devo a mim mesmo, aos objetos materiais e a toda existência: a racionalidade. Trato os homens como requerem minha natureza e as exigências deles: por meio da razão. Não busco nem desejo nada deles senão os relacionamentos nos quais eles escolham entrar por livre e espontânea vontade. Só sei lidar com suas mentes - e assim mesmo quando isso é do meu interesse - quando eles veem que meu interesse coincide com o deles. Quando isso não acontece, não entro em relação nenhuma. Quem discordar de mim que siga seu caminho, que eu não me desvio do meu. Só venço por meio da lógica, e só a ela me rendo. Não abro mão de minha razão, nem lido com homens que abrem mão da sua. Nada tenho a ganhar com idiotas e covardes; não tento ganhar nada dos vícios humanos: a estupidez, a desonestidade, o medo. Quando discordo de um homem racional, deixo que a realidade seja nosso árbitro final. Se eu estiver certo, ele aprenderá; se eu estiver errado, aprenderei; um de nós ganhará, porém nós dois lucraremos.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sobre o pensamento

apenas um aperitivo!Vale ver o video por inteiro!

O futuro da humanidade

DIVIDOCRACIA




Título: DIVIDOCRACIA
País de Origem: Grécia
Ano: 2011
Tempo: 74 min.
Direção: Katerina Kitidi e Aris Hatzistefanou
Comentários de Jair de Souza: "Documentário que revela a crise econômico-social pela qual passam os países periféricos da União Europeia, em especial a Grécia. Vemos como as políticas econômicas neoliberais impostas pelos agentes financeiros da UE levam à bancarrota os países de sua periferia e os deixam maniatados às decisões das grandes corporações financeiras extranacionais. O interesse primordial é sempre a defesa dos ganhos dos grandes grupos financeiros dos países mais fortes, principalmente da Alemanha, em detrimento das maiorias populares dos países de segunda linha, como Grécia e Irlanda.

O filme também nos mostra que é possível enfrentar com êxito às pressões dos aparelhos a serviço do capital financeiro mundial (FMI, Banco Mundial, etc.) quando os governantes do país ameaçado têm suficiente dignidade para colocar em primeiro lugar a satisfação das necessidades de seu povo, e não a obsessão por lucros dos magnatas financeiros. É o caso do Equador dirigido por Rafael Correa.

Este documentário expõe a crueldade que move o neoliberalismo em seu afã por ganhar cada vez mais às custas do sacrifício de todos os demais setores da população. Ele também deixa claro que, com a decidida mobilização das maiorias populares, o monstruoso aparato financeiro pode ser derrotado."



domingo, 27 de novembro de 2011

Sobre amizade



Tolamente pensamos, em nossos dias de pecado, que devemos cortejar amigos para estar de acordo com costumes sociais, vestimentas e educação, seus julgamentos. Mas apenas poderá ser minha amiga aquela alma que eu encontrar na linha de minha própria marcha, a alma que eu não desaprove e que não me desaprove e, nativa das mesmas latitudes celestiais, repita toda a minha experiência na sua própria.

(...)

Nada é punido com maior rigor que a negligência para com as afinidades que, sozinhas, deveriam ser responsáveis pela formação da sociedade, e a insana levianidade de escolher companhia pelos olhos dos outros.

(...)

Reprovo a sociedade, abraço a solidão e, no entanto, não sou tão ingrato a ponto de não ver o sábio, o amável e o de mente nobre quando tempos em tempos eles passam diante de meu portão. Quem me ouve, quem me entende, torna-se meu - uma possessão para todos os instantes. E não será a natureza tão pobre a ponto de não me ofertar esta alegria diversas vezes, de modo que tecemos nossos próprios fios sociais, uma nova teia de relações; e, como diversos pensamentos em sucessão se auto-substanciam, de um momento para o outro nos encontraremos em um novo mundo de nossa própria criação, não mais forasteiros e peregrinos em um globo que nos foi entregue. Meus amigos a mim vieram sem que eu os buscasse. O grande Deus a mim os deu. Pelo mais antigo direito, pela divina afinidade da virtude consigo mesma, eu os encontro, ou melhor, não eu, mas a Divindade que em mim e neles habita suprime e faz ridículas as muralhas espessas do caráter individual - e das relações, da idade, do sexo, das circunstâncias, com as quais ele normalmente conspira - tornando assim um o que era múltiplo. Muitos agradecimentos vos devo, amantes excelsos que levam para mim o mundo a novas e nobres profundezas, e alargam o significado de todos os meus pensamentos.

(...)

A alma cerca-se de amigos para que possa alcançar maior autoconhecimento ou solidão; e ela permanece sozinha por uma temporada, para que possa melhorar sua conversação ou companhia. Este método se mostra ao longo de toda a história de nossas relações pessoais. O instinto para a afeição revive a esperança de união com nossos iguais, e a sensação de isolamento que revém nos faz suspender a busca.

(...)

Procuramos por nosso amigo não de modo sagrado, mas com paixão adulterada, que dele quer fazer nossa posse. Em vão. Somos totalmente armados de sutis antagonismos que, tão logo nos encontramos, entram em jogo e traduzem toda poesia em decomposta prosa. Quase todas as pessoas se rebaixam para se encontrar. Toda associação deve ser um compromisso e, o que é pior, a própria flor e o aroma da flor em cada uma das belas naturezas desaparecem quando se aproximam das outras. Que perpétuo desapontamento é a sociedade real, mesmo a dos virtuosos e dotados! Depois de encontros terem sido arranjados com grande antecipação, vemo-nos atormentados por explosões abafadas, por súbitas e intempestivas apatias, por convulsões do engenho e dos impulsos vitais, no auge da amizade e do pensamento. Nossas faculdades não nos correspondem, e ambas as partes se sentem aliviadas com a solidão.

(...)

Não desejo tratar amizades com suavidade, mas com a mais áspera coragem. Quando elas são reais, não são lâminas de vidro ou esculturas de gelo, mas a coisa mais sólida que conhecemos.

Ralph Waldo Emerson

sábado, 26 de novembro de 2011

Certamente, eu sou uma ameaça






Pergunta de Howard Sattler, da Rádio australiana 6PR:

O povo da Austrália Ocidental quer conhecer você, seu povo. Poderia lhes contar que tipo de pessoa você é?

Osho: Eu apenas vivo momento a momento, portanto você não pode me confinar em uma personalidade. Você não pode me definir, você não pode me prever. Nem eu mesmo sei o que estarei fazendo amanhã de manhã.

Eu estou simplesmente tão aberto quanto a existência, e tão indefinível quanto a própria existência. Portanto as pessoas têm que descobrir o que elas querem. Eu estou disponível.

Existem pessoas que me amam, existem pessoas que gostariam de me matar. Eles escolheram partes diferentes de mim. Eles focalizaram seus olhos de acordo com seus preconceitos.

Mas eu não estou de forma alguma preocupado com a opinião dos outros. Eu não tenho nenhuma opinião sobre as pessoas, nenhum julgamento sobre elas.

Howard Sattler: Você se considera uma ameaça para as pessoas e seus futuros? Muitas pessoas acham que você é.

Osho: Talvez. Se você não entender o que estou dizendo, eu, com certeza, serei uma ameaça. Mas, se eles entenderem o que estou dizendo, eles irão vibrar, não haverá ameaça.

Na verdade, eu quero fazer delas pessoas contemporâneas. Elas não são. Algumas estão dependuradas dois mil anos atrás, com Jesus Cristo. Outros estão dependurados até mais tempo atrás, com Moisés ou Buda. Essas pessoas certamente me sentirão como uma ameaça porque eu pertenço ao presente.

E eu quero que eles venham para o presente, caso contrário não haverá esperança para a humanidade.

Essas pessoas são simplesmente corpos ambulantes, levando uma grande carga do passado - feia, supersticiosa. Certamente, eu sou uma ameaça às suas superstições. Eu sou uma ameaça às suas ideologias podres.

Eu sou uma ameaça aos seus conceitos sobre moralidade, Deus, religião, a tudo que eles tenham e que seja obsoleto. Certamente eles se sentirão ameaçados porque foi assim que eles se identificaram com seus próprios olhos, e é sempre muito difícil mudar.

Howard Sattler: Você com certeza questionou os valores tradicionais das pessoas, e eu acredito que esse fato torna seu trabalho mais difícil. Você acha que poderia ser um pouco mais moderado, e procurar um resultado final em vez de uma reação imediata?

Osho: Eu não ligo para o resultado final. Minha preocupação não é diplomática, nem política. Eu simplesmente respondo com minha totalidade à tudo que me aparece na frente. Eu não posso ser astuto.

O que você está me dizendo: "Seja um pouco mais astuto". Eu não posso ser.

Howard Sattler: Você não é político, é?

Osho: Eu não sou político. Isso é a pior coisa que pode acontecer a um homem. Eu não sou diplomático. Eu não quero que as pessoas sejam manipuladas com boas maneiras. Eu não sou hipócrita. Eu simplesmente digo a verdade como ela é. Se isso doer, o problema é de vocês. Se isso criar inimigos, eu não estou preocupado.

Porque sermos inimigos é o primeiro passo para nos tornarmos amigos. Eles já me reconheceram. No seu ódio eles já reconheceram sua derrota e morte. Agora ninguém pode salvá-los. Eles não podem me ignorar.

Se eles puderem me ignorar, então não existirá nenhuma ameaça para eles. Por isso, eu tenho que ser intenso, inflamado, e tenho que martelar forte em cada valor tradicional. Porque a única coisa que não quero é ser ignorado.

Howard Sattler: Você certamente não será ignorado, isso eu posso lhe assegurar.

Osho: É isso... Obrigado pelo elogio.


Osho, em "The Last Testament"
Vídeo de Canal Osho International no Youtube






Garimpo do Real



Ontem a noite, assistimos ao filme "Caninos Brancos", baseado no livro de Jack London, um filme que, além de sua belíssima história, traz também um maravilhoso cenário pelo enquadramento de suas fotografias. Foi logo aos cinco minutos de filme, que recebi a mensagem que realmente tocou ao coração, vinda do personagem Alex Larson:

"Todo mundo encontra um pouco de pó de ouro... É o que te faz continuar cavando... Mas você tem que encontrar a mina."

Um pouco mais a frente, o mesmo personagem diz ao amigo, quando ambos se deparam com algumas pepitas:

"Ainda não fique tão feliz, pois é preciso confirmar sua pureza".

Isso me fez lembrar de várias citações, entre elas, uma de Joaquim Nabuco e outra de Sri-Aurobindo, são elas:
"O ouro substitui ou consegue tudo, mas apenas exteriormente. Interiormente, nada pode. Para a sociedade, parece ser tudo, mas para o coração é nada."

"Se os homens só vislumbrassem quão infinitas as alegrias, quão perfeitas as forças, quão luminosos os alcances de conhecimento espontâneo, quão amplas as quietudes de nosso ser repousando à nossa espera nas extensões que nossa evolução animal ainda não conquistou, eles deixariam tudo e jamais descansariam até terem obtido esses tesouros. Porém, o caminho é estreito, as portas difíceis de serem forçadas, e medo, desconfiança e ceticismo aí estão, tentáculos da Natureza, para impedir o desvio de nossos passos de pastagens menores, comuns."


É preciso estar atento às influências que se apresentam, avaliando-as bem com ajuda da peneira da razão e a água do coração, afim de ter a certeza de que as mesmas não direcionam nossos esforços na direção de pastagens menores, comuns, e ao ouro de baixíssima pureza, que é o ouro dos insensatos, ou como dizia o finado poeta Raulzito, ao Ouro de tolo.

Nelson Jonas

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O homem é simplesmente Deus



O homem parece finito, muito pequeno, como uma gota de orvalho. Mas ele contém em si todos os oceanos, todos os céus. Se você olhar de fora, ele é muito pequeno, minúsculo: só poeira, nada mais - poeira sobre poeira. Mas, se você olhar a partir de dentro, de seu centro, ele é todo o universo.

Esta é a diferença entre ciência e religião: a ciência vê o homem de fora e não encontra nada espiritual, nada divino, apenas fisiologia, química, biologia - outro tipo de animal.

Por isso os cientistas estudam os animais para compreender o homem. Os animais são mais simples, mais fáceis de manipular; assim os cientistas insistem em pesquisar os ratos.

E não importa o que concluam, eles continuam insistindo que é o mesmo caso da raça humana. Esta é um pouco mais complexa, claro, mas basicamente igual. A ciência reduziu os homens aos ratos. E o homem só pode ser compreendido agora com o estudo dos ratos ou dos cães.

Mas, na verdade, o homem só pode ser compreendido se forem compreendidos os Budas, os Cristos, os Krishnas. Lembre-se sempre de que isto é fundamental: você não pode compreender o superior estudando o inferior, mas pode compreender o inferior estudando o superior. O superior contém o inferior, mas o inferior não contém o superior.

O único modo de compreender o homem não é externo, não é pela observação, mas pela meditação. É preciso entrar em sua interioridade, em sua subjetividade. Posicionando-se lá, você conhece a maior das maravilhas e o maior dos deslumbramentos: o homem é simplesmente Deus.
   
Osho, em "Meditações Para a Noite"


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

No amor não há espera de troca



Se nosso relacionamento for puro, não desejaremos nada de quem quer que seja, a não ser a chance de trabalhar, partilhar, de alguma maneira, ser instrumento de benção para o outro nosso Ser. Nada pediremos em troca. A oportunidade de repartir, de amar e cooperar será o suficiente, pois tudo que o Pai tem é nosso; e o Pai tem os meios de nos suprir sem que o desejamos ou o peçamos. Um tal estado de consciência da nossa verdadeira identidade cria uma ligação espiritual entre todos aqueles que estão nesse mesmo caminho. Nessa ligação, ninguém pensa em tirar vantagem de qualquer outro; ninguém pensa no benefício próprio, em auto-engrandecimento ou qualquer forma egoísta, mas sim em partilhar o "EU".



Joel S. Goldsmith - O trovejar do silêncio

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sendo magoado durante toda a vida



Tomemos por exemplo o mal que cada ser humano sofre desde a infância. É-se magoado pelos próprios pais, psicologicamente; depois magoado na escola, na universidade, através da comparação, através da competição, através de se dizer que tem que se ser excelente nesta matéria, etc. Durante toda a vida existe este processo constante de se ser magoado. Sabe-se isto, e que todos os seres humanos são magoados, profundamente, coisa de que podem não ter consciência, e que de tudo isto surgem todas as formas de ações neuróticas. Tudo isso faz parte da consciência da pessoa – uma consciência em parte oculta e em parte manifesta de que se é magoado. Agora, é possível não se ser de todo magoado? Porque as consequências de se ser magoado são a edificação de um muro em torno de si mesmo, afastando-se no relacionamento com os outros para não se ser mais magoado. Nisso há medo e um isolamento gradual. Agora, perguntamos: É possível não só ficar livre de males passados, mas também jamais ser magoado novamente?


Krishnamurti, The Flame of Attention, pp 87-88




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Muito além de nomes e formas


Na realidade, apenas o Último existe. O restante é uma questão de nome e forma. Enquanto você depender da idéia de que apenas o que tem nome e forma existe, o Supremo parecerá não existir para você. Quando você compreender que nomes e formas são conchas vazias sem qualquer conteúdo, e que o que é real é inominável e sem-forma, pura energia da vida e luz da Consciência, você estará em paz - imerso no profundo silêncio da realidade.

Nisargadatta Maharaj

Palavras de um chefe indígena


Palavras de um chefe indígena a forasteiros que chegavam...

Neste encontro com você, penso:
Eu quero saber o que de fato você busca e se é capaz de ousar, sonhar, encontrar as aspirações de seu coração.
Não me interessa a sua idade, eu quero saber se você será capaz de se transformar em um tolo para poder amar, viver seus sonhos, aventurar-se a estar vivo.
Não me interessa qual o planeta que está em quadratura com sua lua. Eu quero saber se você tocou o centro de sua tristeza, se você tem sido exposto pelas traições da vida ou se tem se contorcido e se fechado com medo da próxima dor.
Eu quero saber se você é capaz de se sentar com a dor, a sua e a minha, sem tentar esconde-la, nem melhorá-la.
Eu quero saber se você pode ficar com a alegria, a minha e a sua.
Se você é capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase o envolva, até as pontas dos pés e das mãos sem querer nos aconselhar a ser mais cuidadosos, mais realistas, nem nos lembrar as limitações do ser humano.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira.
Eu quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro consigo mesmo.
Se você é capaz de suportar a acusação de traição e não trair a própria alma.
Eu quero saber se você pode ser confiável e verdadeiro.
Eu quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o dia não está belo e se pode ligar a sua vida a presença de DEUS.
Eu quero saber se você é capaz de viver com os fracassos, os seus e os meus, e mesmo assim se postar nas margens de um lago e gritar para os reflexos da lua: "Sim".
Não me interessa onde você mora e nem quanto dinheiro você ganha, eu quero saber se é capaz de acordar depois da noite do luto e do desespero, exausto e ferido até a alma, e fazer aquilo que precisa ser feito.
Não me interessa o que você é e nem mesmo como chegou até aqui. Eu quero saber se você irá postar-se comigo no centro do fogo e não fugir.
Não me interessa onde e com quem você estudou. Eu quero saber o que o sustenta interiormente quando tudo o mais desabou.
Eu quero saber se você é capaz de ficar só consigo mesmo e se realmente é boa companhia para si, mesmo nos momentos vazios.

Autor: Um antigo Chefe Indígena

 

A cotidiana rotina de nossa existência




Nossa vida é um campo de batalha, da hora de nascermos à hora da morte; é agonia, desespero, sentimento de "culpa", medo, competição incessante, comparação de nós mesmos com outros, esforço para sermos mais e cada vez mais, esforço para controlar-nos, libertar-nos, alcançar novos alvos, conservar o que consquistamos. Nossa vida diária, a cotidiana rotina de nossa existência, é competição, brutalidade, agonia, desespero; solidão; uma constante aflição que não conseguimos resolver, afastar de nós. Tal é o fato, o que realmete é, e nunca fomos capazes de transcendê-lo. Temos uma verdadeira rede de "vias de fuga": campo de futebol, igrejas, religião organizada, museus e concertos e, naturalmente, também a investigação intelectual, que não leva a parte alguma. Tal é a nossa vida, mas isso, evidentemente, não é viver. O viver implica um estado mental inteiramente livre de conflito; livre de todo e qualquer conflito - viver!




Krishnamurti - A Essência da Maturidade - ICK

domingo, 20 de novembro de 2011

Ambição



Ambição simplesmente significa que você está sentindo um profundo vazio e você deseja preenchê-lo com qualquer coisa possível; com o que quer que seja.

E uma vez entendido isso, então você não tem mais nada a ver com a ambição. Você tem algo a ver com o seu chegar a uma
comunhão com o todo
, assim o vazio interior desaparece.

Isso não significa que você começa a viver despido; isso simplesmente significa que você
não vive somente para acumular coisas.
Osho, em "Beyond Psychology"
Imagem por
akahodag

Em sintonia e fora de sintonia



E você sempre acha que alguma coisa está fora de sintonia. Isso também é natural, pois, quando duas pessoas se encontram, dois mundos diferentes também estão se encontrando.

Esperar que eles se encaixem perfeitamente é esperar demais, é
esperar o impossível
, e isso provocará frustração. Algo sempre estará fora de sintonia. Se vocês se entrosarem perfeitamente e nada ficar fora de sintonia, o relacionamento ficará estagnado.

No máximo, haverá alguns momentos em que tudo está em sintonia, raros momentos. Mesmo que esses momentos aconteçam, eles podem nem ser detectados, pois são tão
raros e fugidios
!

Mal chegam e já estão indo embora;
não passam de um vislumbre
. E esse vislumbre pode deixá-los mais frustrados, porque você começará a perceber que mais e mais coisas estão fora de sintonia.

É assim que tem que ser. Empenhe-se ao máximo para criar essa sintonia, mas esteja sempre preparado para o caso de ela não acontecer perfeitamente. E
não se preocupe com isso
, do contrário você ficará cada vez mais fora de sintonia.

O sentimento de estar em sintonia só ocorre quando você não está preocupada com isso. Ele acontece apenas quando você não está tenso em relação a isso,
quando não tem expectativas
- ele surge do nada. Trata-se de uma graça, de uma dádiva da existência, uma dádiva do amor.

O amor não é uma coisa que você possa fazer. Mas, fazendo outras coisas, o amor pode acontecer. Existem coisinhas que você pode fazer - sentarem-se juntos, olhar a lua, ouvir música -
nada diretamente relacionado ao amor
.

O amor é muito delicado, muito frágil. Se você olha para ele, fixa os olhos nele diretamente, ele desaparece. Só aparece quando você está distraído,
fazendo outra coisa
.

Você não pode atingi-lo diretamente, como com uma flecha. O amor não é um alvo. Ele é um
fenômeno muito sutil. É muito tímido. Se você encará-lo de frente, ele se esconde. Se fizer alguma coisa diretamente, você o perde.
Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e se Relacionar Sem Medo"

Qual seu grau de instrução?



Convencer pessoas instruídas é tarefa ingrata. Porque as instruídas já têm o domínio – ou são dominadas – pelas suas próprias instruções.
Tampouco convencer as não instruídas. Porque as não instruídas detêm suas convicções inalteráveis.
Não escrevo para convencer ninguém.
Escrevo para me elucidar. Para me elaborar e ficar de bem comigo e com o mundo. Porque é dessa forma que eu coloco pra fora o que me apavora. O que me devora.
De nada adianta desenvolver tratados e teses sobre as ações a serem adotadas para um convívio melhor dentro da sociedade, enquanto persistir a seguinte atitude:
—“eu sei o caminho que você deve tomar para ficar bem”.
Por mais instruções sobre o melhor caminho, por mais que esteja provada e aprovada a eficácia do seu caminho através do próprio exemplo, algo bastante óbvio é.... para a maioria, imperceptível de tão óbvio... que cada um trilha o seu caminho. O valor do caminho está no caminhante, e não no caminho.
A introdução de cada um em algum caminho, seja ele qual for, depende do seu grau do ‘saber’, do quanto sabe de si, do quanto está imbuído do Ser, da Presença do Ser. Isto não requer instrução nenhuma. Pode ocorrer a um analfabeto. Aliás, creio ser mais fácil esta ocorrência em pessoas com pouca instrução, pois possuem menos barreiras e menos bloqueios para ouvirem sua ‘voz interior’ - a única capaz de ofertar esta espécie de ‘saber’.
Como alguém ‘de fora’ poderia favorecer a manifestação desta ‘voz interior’ de forma autêntica e inegável?
Somente quem tem acesso a sua própria ‘voz interior’ estaria apto a tal favorecimento, devendo haver prontidão para tanto. Porque existem os que têm acesso à sua ‘voz interior’, porém não estão dispostos a contribuir com a facilitação deste acesso nos outros, tomando-o como um veículo de poder.
Favorecer a escuta da ‘voz interior’ é o maior bem que uma pessoa pode fazer a alguém.
Tomemos um exemplo. Vamos supor que queremos realizar um evento.
Existem pessoas que podem criar circunstâncias de resistência ao atendimento de nosso objetivo. Porém, ao ofertar a tais pessoas o que elas realmente querem para se aquietarem, ocorre o livramento no caminho e poderemos percorrê-lo sem ameaças e sem resistências. O mesmo pode ser feito sobre nossas inclinações internas, nossa multiplicidade de ‘eus’.
Neste ponto, é necessário fazer um alerta: não estou justificando subornos, nem fazendo apologia à corrupção, pois estaria corrompendo a mim mesmo. Ressalto, também, que não estou defendendo o pagamento de propina para tirar do caminho quem o está impedindo. Esta oferta é típica de manipuladores. Não é desta espécie de oferta a qual me refiro. Estou tentando colocar aqui, como já disse acima, um registro pessoal sobre a maneira de atuação dos diversos ‘eus’ observados por mim, e em mim. Não há a intenção de fazer nenhum ‘tratado’ sobre este tema, apesar de me esforçar ao máximo para expor da forma mais clara possível. O único ‘tratado’ nestas linhas sou eu.
A oferta em evidência tem base na arte de manifestar o seu grau de plenitude; sendo este, pois, um imprescindível modo de ‘tocar’ o outro, de se comunicar com o que existe de mais pleno no outro. Você oferece o que existe de mais pleno em você, seja lá em que nível esta plenitude esteja – mesmo que não esteja no grau máximo característico dos ‘iluminados’; afinal, nem eu e nem você, que está lendo estes parágrafos, estamos no grau de ‘iluminados’ – e esta sua oferta faz surgir o que há de mais pleno no outro. É simples assim. É a comunicação de minha ‘voz interior’ com a sua. Neste nível de comunicação, impedimentos são dissolvidos feito um ‘passe de mágica’.
Há momentos em que é necessário dar o que as inclinações pedem, sempre se lembrando do quanto ainda funcionam como barreiras ao fluxo contínuo da Presença do Ser. No entanto, a intensidade das inclinações tende a diminuir e, em certas horas, nem há intensidade nenhuma, apenas um vago resquício de lembrança do alívio, porém sem pressão.
Nestes instantes, nestes momentos de recrudescimento destes vestígios, podem ocorrer recaídas.
Creio que, enquanto estivermos vivendo em realidades falíveis e imperfeitas, quais sejam as realidades deste mundo e desta humanidade, sempre haverá vestígios e resquícios sobre as lembranças de nossas mais vis inclinações, por mais ascetismo que tenhamos adotado.
O que podemos fazer é elucidar tais inclinações e, conseqüentemente, elucidaremos as realidades ao nosso redor, o que nos deixaria munidos de ferramentas para a gradativa modificação de tais realidades no entorno.
Somente o fato de conseguirmos elucidar a nós mesmos – enquanto conjunto de diversos ‘eus’ fragmentados – já contribui, inexoravelmente, para o alívio da intensidade nas pressões exercidas pelas realidades ao nosso redor.
Ora, à maneira do desimpedimento na trajetória de uma ação para a sua efetiva realização, por meio de ofertas para aquietar possíveis adversidades no percurso, também se pode fazer concessões aos mecanismos internos – ainda intensamente reagentes aos obstáculos – com o objetivo de realizar, de vivenciar, a Presença do Ser.
E, reforçando o dito acima, à medida que este procedimento se repete, o desaparecimento gradual das reações intensas e desarrazoadas, torna-se algo palatável e palpável, deixando - cada vez mais livre – o contínuo de um estado desperto.
Sendo, então, possível vivenciar o fenômeno da transmutação de nossas realidades circundantes e, num efeito-cadeia, modificar realidades mais abrangentes, pois estaríamos imbuídos de um modo de ser, no mínimo, inquietante, e, ao mesmo tempo, portadores de quietude, algo aparentemente paradoxal. Mas apenas aparentemente.
Liban Raach

sábado, 19 de novembro de 2011

Se eu me tornasse teu companheiro de jornada...



Sim...



Se eu me tornasse teu companheiro de jornada, eu não te daria somente o meu corpo, porque ele é muito limitado e seria portanto insuficiente para expressar todo o meu afeto por ti.



Eu não te daria somente as minhas palavras, porque elas são como poesias escritas na areia à beira do mar, vem e vão sem deixar rastros para serem completamente esquecidas, isto portanto, não poderia expressar o meu sentimento amoroso por você.



Eu não te daria promessas, porque quem promessas faz não soube abrir e revelar o seu coração aqui e agora, se recusando em compartilhar os tesouros de sua alma.



E o que eu te daria?





Oras se o corpo é limitado para expressar isto, as palavras insuficientes e as promessas sem nenhum sentido, como eu poderei lhe descrever isto aqui?

Somente segurando minhas mãos e sendo meu companheiro de jornada é possível descobrir porque eu vim e surgi em tua vida.

Quem eu sou? Ah... esta resposta mora em seu coração e na sua consciência livre de formas e formações!

Como compreender isto?

Segure em minhas mãos, olhe nos meus olhos, sinta o sabor da minha presença, compartilhe o seu coração, sua alegria, suas dúvidas, náuseas, medos, dificuldades e permita-me conhecê-lo por completo, seja meu companheiro de jornada e eis que todas as respostas surgirão dos nossos corações livres, espontâneos e naturais.

Surgirão de nossa inocência e da realização do nosso destino que é nos tornamos quem somos um com a vida, um com universo e um com o Ser!

Obrigado por fazer parte de mim!
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Queridos em primeiro lugar eu me considero um intelectual outsider , coisa aqui rara no Brasil , não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo inclusive a nenhum grupo de intelectuais não respondo a nenhum credo , não participo de qualquer militância . ( Milton Santos . )

Meus escritos são para aqueles que desejam receber a verdade, num estado de mente simples e infantil, pois eles possuirão o reino de Deus. Escrevi unicamente para aqueles que buscam; para os astutos e expertos, nada tenho a dizer...
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme

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