" Eu vi um poço fundo e escuro; em sua borda havia um balde amarrado em uma corda. Eu vi o balde sendo baixado para dentro do poço e, quando ele foi novamente puxado para cima e para fora da escuridão, ele estava transbordante de água clara e pura. Eu ouvi as palavras: Bem dentro de cada alma existe a pureza do Espírito. Procure sem pressa até encontrá-la e, então traga-a à tona." Eileen Caddy
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sobre o Ano Novo



Na minha opinião significa somente um parâmetro, uma marcação que usamos para delimitar um período de 365 dias passados. Segundo a definição de Eça de Queirós: “O que sempre alimentou os homens na definição do calendário foi a intenção de tornar o tempo visível e palpável, o calendário daria assim a ilusão de poder reter e ordenar o tempo.” Em 1582, a Igreja impôs uma reforma, a gregoriana, feita pelo papa Gregório XIII onde teve a reforma do calendário, para servir aos interesses da Igreja na marcação temporal dos períodos litúrgicos como páscoa, natal, etc. Será que há motivos para tanta festa, fogos de artifícios, comidas e bebidas em excesso, praias lotadas, consumo desenfreado, etc... somente devido a uma mudança de calendário? Parece que a euforia coletiva é mais uma das fugas da realidade e de si mesmo, onde as pessoas vivem no mundo da “matrix” e fogem do “deserto do real”.

Antonio Carlos Vieira de Paula

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Autoridades Incompetentes? O dinheiro deles controla a balança novamente.




 


Autoridades

Capital Inicial


Vou denunciar autoridades incompetentes
Eu vou denunciar autoridades incompetentes

Eu quero antes te dizer
Ninguém sabe o que pode te acontecer

Ameaça aos privilégios
Você será detido e encostado na parede
É a ordem no progresso
Um jogo imoral
Que não mede consequências

Autoridades incompetentes
Acham que vocês não passam de fantoches
Bonecos para brincar
Bonecos para brincar
Autoridades incompetentes
Sabem que vocês estão em fila
E a fila não incomoda
A fila não incomoda
A fila não incomoda.
  

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sexo e dinheiro tem seu devido lugar





Maior Abandonado




Necessário é a cada um experimentar por si mesmo a fase de ficar dias... semanas... às vezes meses... sem perspectiva de remuneração, sem perspectiva de emprego. Assim, providencialmente assim, terá a oportunidade de manter contato com o abandono.
                          Depois de reiterados pedidos de ajuda a conhecidos e não-conhecidos, chegará o momento onde estará absolutamente só... em solidão resignada... e, então, vivenciará o autêntico abandono!
                          Abandonará o sentimento de inferioridade advindo da falta de perspectiva. Abandonará cobrar ajuda dos outros. Abandonará a ansiedade pela busca de colocação.



                          Sem nada mais a esperar de ninguém – nem de si mesmo – irá constatar um fato inegável: continua vivo!



                          A partir desta constatação visceral, visceral mesmo, terá início a nova jornada... a jornada de um novo Ser Criado e Recriado no Eterno Agora... até uma próxima vez...

  

LibaN RaaCh

O Graal que não é santo




Gosto de me sentir abrigado. De estar em lugar que tenha quietude e privacidade. De ter um lugar para ficar sem ser incomodado. Um lugar para ficar tranquilo, sem ninguém a me dizer o que devo, ou não, fazer.

Sei o que devo fazer. Conheço os afazeres prioritários. São eles o estar de bem comigo mesmo e de bem com o Supremo, com a Suprema Inteligência Amorosa.

Todos os demais afazeres, no fundo, buscam este resultado. Se já tenho este resultado, por que me preocupar com outros afazeres?

Ao estar em paz comigo, a perturbação existente no outro o deixa inconformado com isto. Interpreta como passividade, como acomodação; e se pergunta:

—Como é possível a uma pessoa como ele (eu, no caso) viver em um estado de tranquilidade e acomodação, sem nenhuma garantia de um futuro promissor, sem nenhuma dedicação em busca de um futuro promissor, sem dedicação a futuro algum; enquanto eu (ele, no caso, o perturbado) vivo tendo mil e uma coisas para fazer, para serem feitas ainda, até que tenha condições suficientemente seguras para conseguir me acomodar em uma realidade repleta de animosidades?

É inadmissível ao nascido e criado sob um contexto beligerante a existência de alguém capaz de estar tranquilo sob o mesmo contexto. A insurgência de uma necessidade entranhada de aniquilamento desta tranquilidade é quase inevitável. De fato, a coexistência de alguém aquietado é uma ameaça ao modo de vida agitado, inquieto e cheio de incertezas, ao modo de vida voltado a aquisições que buscam suprir os sentidos físicos, que buscam saciar os sentidos orgânicos através dos próprios esforços.

Conforme há a recompensa neste processo – pois é típico do mundo material recompensar esforços voltados a adquirir as coisas dele – ocorre o fechamento do ciclo, do ciclo antropofágico, no qual tendemos a permanecer indefinidamente...

Até sermos impactados!

Na maioria das vezes, a ação impactante procede de um acontecimento adverso, violento, traumático e profundamente doloroso. De outra forma, não serviria ao seu propósito.

O cálice onde nos é ofertada esta bebida amarga, pode ser quintessenciado em Graal para o despertar de nossa divindade!

Felizes os traumatizados; estão a centenas de passos à frente dos considerados sãos pela conquista de um porto inabalavelmente seguro.

LibaN RaaCh

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Como mentes astutas criam seguidores


Precisamos de paciência



Quando aramos o solo para o cultivo, precisamos de paciência para arrancar todas as ervas daninhas imprestáveis e esperar, mesmo que o solo pareça estéril, até que as boas sementes escondidas possam germinar e se transformar em plantas. Precisamos de mais paciência ainda para limpar o campo de nossa consciência, coberto com as ervas daninhas dos apegos inúteis aos prazeres sensoriais, que são muito difíceis de serem erradicados. Porém, quando o campo da consciência estiver limpo e semeado com as sementes das boas qualidades, as plantas das nobres atividades brotarão, produzindo abundantemente os frutos da verdadeira felicidade. Acima de tudo, tenha paciência para buscar a comunhão com Deus através da meditação profunda e tornar-se consciente da sua alma indestrutível, escondida no seu perecível corpo físico.

Autor: Paramahansa Yogananda


 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

HUMANO AO MÁXIMO






Olá ser humano! Aqui é deus.

Muitas das suas perguntas começarão a ser respondidas a partir de agora. Pelo menos as que dizem respeito as suas indagações existenciais: "Quem sou eu? De onde venho? Pra onde vou?". Esta mensagem é apenas uma das muitas que você passará a receber por vários meios. Não se preocupe com os meios, ocupe-se das mensagens. Nesta aqui, lhe escrevo pra dizer o seguinte:

Eu sou você e você sou eu. Somos um. Mas eu, vestido de você, não quero ser deus. Eu já sou deus, sempre sou, sempre serei (e você também). O que quero, vestido de você, é brincar de ser humano. Se fosse o contrário, se fosse pra você virar deus, não tinha me vestido de ser humano. Eu me visto de você pra brincar de ser você e realizar todo o potencial humano que eu possuo.

Olhe ao seu redor. Já reparou que cada ser humano é diferente um do outro? Eu sou a diferença de cada um e a igualdade de todos. Se eu fosse só magro, loiro de olhos verdes, eu não seria deus, seria uma máquina de Xerox. Por isto, vestido de você, quero ser gordo, magro, forte, fraco, narigudo. Quero ser loiro, ruivo, preto, amarelo, cor de rosa. Quero ter pé chato, frieira entre os dedos, unha encravada.

Vestido de você, quero falar japonês. Fazer gol no maracanã em dia de fla-flu. Passear pelos canais de Veneza. Comer neve no Canadá. Mascar folha de coca em Cusco. Assistir a missa do galo no vaticano. Ouvir um fado. Bater tambor numa tribo africana.

Vestido de você, quero ser rico, pobre e classe média. Quero ir pra Disneylândia, mas também quero ir pro Boqueirão. Quero tomar café na cama, hospedado em hotel de luxo, mas também quero acordar na favela e procurar comida no lixo.

Vestido de você, quero ler Schopenhauer na poltrona da universidade, mas também quero ler a turma da Mônica na poltrona do banheiro. Quero estudar, aprender, descobrir e revelar o universo, mas também quero coçar o saco, fumar maconha e passar a vida pegando onda e tirando onda.

Vestido de você, eu quero ser advogado, manicure, taxista, padeiro, médico, moto-boy, padre, cientista, agricultor, prostituta, veterinário, jogador de basquete, vereador, etc. Quero ter filhos e quero ser filho. Quero deitar em colo de mãe e ouvir conselho de pai. Quero ver e colaborar com o desenvolvimento de outros seres humanos. Quero nascer, viver e morrer.

Vestido de você, quero ficar na fila do banco. Quero me irritar com a demora no atendimento. Quero reclamar da roleta. Quero reclamar do governo. Quero reclamar do sistema. Quero reclamar da humanidade. Quero reclamar do destino. Quero reclamar de deus.

Vestido de você, quero compor a décima sinfonia de Beethoven. Quero compor o bonde do Tigrão. Quero subir no palco. Quero fazer novela. Quero contar piada. Quero jogar tomate no humorista. Quero mijar de rir. Quero pintar o teto da capela Sistina. Quer grafitar os muros da avenida Rebouças. Quero representar Hamlet. Quero aplaudir de pé. Quero fazer reverência.

Vestido de você, quero roubar e ser roubado. Quero torturar e ser torturado. Quero oprimir e ser oprimido. Quero errar, arrepender, perdoar e corrigir. Quero escrever histórias de vida, lê-las com atenção, e depois virar a página pra escrever outras novas e melhores.

Vestido de você, quero sentir emoções assistindo o show cafôna do Roberto Carlos. Quero pensar na morte e sentir medo de morrer. Quero pensar na vida e sentir medo de viver. Quero sentir tesão no meio da tarde, procurar filme na internet e bater punheta. Quero sentir dor de dente. Frio na barriga. E quero ficar ansioso com o resultado da entrevista de emprego.

Vestido de você, quero esquecer que eu sou eu. Quero ser ateu. Quero duvidar. Quero discutir sobre deus. Separar deus em deuses. Construir religiões. Brigar pelo deus verdadeiro. Depois quero buscar deus. E como neste momento, viver o êxtase de me descobrir.

Sim, é muita coisa que eu quero em você, pois é muita coisa que eu posso em você. Algumas que vão além da sua imaginação atual. Mas simplificando pra você, o que eu quero em você é o que você quero pra você, pois você querendo sou eu querendo e eu querendo sou você querendo.

Então, se você quer amar deus, ame a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. Se você quer louvar a deus, louve a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. Se você quer conhecer deus, conheça a si mesmo, pois você sou eu em pessoa. E por fim, se você quiser trazer o reino dos céus a terra, se permita ser você mesmo, em todo seu potencial, humano ao máximo, pois você sou eu em pessoa.

Unastê. Vocêu.

Manchete de Jornal


Ontem ao ler as manchetes do jornal na Internet, uma delas me chamou a atenção, de tão absurda que achei.



Aprenda a fazer maquiagem para realçar os olhos orientais



Fiquei indignada, como em meio a tanta tragédia, tanta dor e tanto sorfrimento ocorridos nos últimos dias no Japão, as pessoas se preocupam com uma futilidade dessas?



Depois conversando com outras pessoas, elas dizendo que estão querendo comprar uma TV, antes que o preço dos eletrodomésticos suba, olha só onde elas estão.



Vejo que o homem está tão egocentrado que não percebe o absurdo da palavras, mesmo porque, não refletem antes de falar, tudo está ligado no automático, não têm a menor sensibilidade.



Segundo o básico que pregam todas as religiões que “deveria ser”, mas está longe de ser: “Somos todos irmãos”...



Mas infelizmente, acaba sendo só teoria, pois na prática não existe, cada um está preocupado com os “Seus” e não com o “Todo”.



E ainda têm a coragem de dizer que amam...



Andrea Zafra 

Luzes da Ribalta




Amanheceu.

Ergueram-se as cortinas: as pálpebras se abriram. O show vai começar.



Tem início mais um dia...



Mais um dia onde deixarei estes meus ossos revestidos de carne, estes sustentáculos de uma aparência humana, expostos a outros ossos, a ossos inanimados, aos ossos do ofício.



As disputas por reconhecimento em troca de remuneração causam, no princípio, orifícios imperceptíveis em cada osso exposto. Orifícios do ofício. Os primeiros ossos perfurados localizam-se no tórax, na altura do peito, minando improváveis emanações de afeição e ternura.



E, assim, vão sendo quebradas cada uma das costelas na caixa torácica aonde o coração e os pulmões se abrigam, aonde o bombeamento da vitalidade e o purificador de nosso ar vão sendo desvitalizados.



Ao término do dia, quando as cortinas se fecham, quando cerro os olhos, verifico – alquebrado – quão cansativo foi empreender meus esforços mais honestos em defesa do ganha-pão.



E, ao final, convencido de haver dedicado as melhores luzes aos anos da ribalta em minha vida, quem sabe poderei me retirar ao descanso merecido...



Quem sabe...?



LibaN RaaCh

Rodo do Cotidiano













Rompendo a Hipnose Coletiva


Já é tempo que apareçam ao menos alguns pioneiros corajosos, que saiam dessa hipnose coletiva da humanidade! É uma verdadeira hipnose, uma alucinação coletiva que domina toda a humanidade, sobretudo a humanidade cristã do ocidente. Alguém deve ter a coragem de dizer: Eu não acompanho este movimento! Eu quero voltar à cristicidade do Mestre e não aceito o cristianismo dominante, embora seja justificado por todos os teólogos do mundo!

Autor: Huberto Rohden  


domingo, 25 de dezembro de 2011

Alguem já Te Chantageou ?

Canal Saúde - É Com Você Cidadão - Suborno





Oferecer ou aceitar suborno | É Crime com Pena de 1 a 8 anos de Prissão..
Suborno é você subornar alguém de uma forma ilícita, é uma pratica espúria pela mente em desfavor do Poder Publico em que geralmente á a entrega oferecida não necessariamente a entrega mais o oferecimento de uma vantagem indevida ou ilicita , em troca de um favor , de uma generosidade ou de um atendimento qualquer .



Descarga de consciência




Escrever mais o quê?

Falar mais o quê?

Ouvir mais o quê?

Ler mais o quê?



Chega de blá blá blá...

Aperte a descarga...

A hora agora é de viver.



Quem muito pensa e fala, pouco vive.

Quem muito vive, pouco se importa em provar.



Mas o que seria viver pleno?

Se extasiar na vida? Ter prazeres mil? Entretenimentos mil? Aventuras mil? Fazeres mil? Riquezas mil? Amantes mil? Amigos mil? Ser amado e aclamado pelo mundo mil?



Mil desculpas...

Mas ser feliz é viver com alma e lucidez tudo o que há: a alegria e a tristeza, a riqueza e a pobreza, a saúde e a doença, o doce e o amargo, o dia e a noite, a pétala e o espinho, a brisa e o vendaval, o entusiasmo e o tédio, a festa e o luto, a paz e a guerra...

Ser feliz é acolher a dualidade e andar na corda bamba. Se pender só de um lado cai.

Podemos escolher ser eternos fugitivos do presídio Vida... ou ser prisioneiros livres da normose humana Fuga. Mas chega de blá blá blá!



Sou Deus me experienciando Yin & Yang...

Sou Deus cansado de blá blá blás...

Cansou do meu? Aleluia!

Aperte a descarga agora e viva!

Posted by Daniela Jinno
Fonte: http://despertadordavida.blogspot.com

sábado, 24 de dezembro de 2011

A superficialidade do cérebro



O cérebro vive na sombra de seu próprio sofrimento, incapaz de transcender sua futilidade. Ativo ou inerte, nobre ou ignóbil, é infinita sua superficialidade. Incapaz de escapar de si mesmo, vive na sordidez de sua virtude e moralidade. Só lhe resta permanecer imóvel, o que não deve ser confundido com inércia ou indolência. Esta imobilidade é a única maneira de se preservar a sensibilidade do cérebro.

(...) A imensidão do Indescritível somente aflora na completa imobilidade do cérebro.

J. Krishnamurti (Diário de Krishnamurti) 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Lavagem em 8 passos




As principais características do controle da mente 



Controle de pensamento

Não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham ideias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos.



Hierarquia rígida

São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial - às vezes, sobrenatural - do líder.



Mundo dividido

O mundo é divido entre "bons" (o grupo) e "maus" (todo o resto). Não existe meio-termo. É preciso se policiar para agir de acordo com o padrão de comportamento "ideal".



Delação premiada

Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder.



Verdade verdadeira

O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece respostas válidas.



Código secreto

O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as ideias.



Meu mundo e nada mais

O grupo passa a ser a coisa mais importante - se bobear, a única. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável.



Ninguém Sai

A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo. Isso pode ser usado por políticos e militares para justificar execuções.


Todo o seguir é um mal

PERGUNTA. Com certeza, senhor, apesar de tudo o que tendes falado a respeito do seguir, estais bem cônscio de que sois continuamente seguido. Como agis a esse respeito, já que isso segundo vós mesmo — é um mal?
KRISHNAMURTI: Senhores, nós sabemos que seguimos: seguimos o guia político, seguimos o guru, seguimos um padrão ou uma experiência. Toda nossa cultura e educação está baseada na imitação, na autoridade, no seguir.
Afirmo que todo o seguir é um mal, inclusive o seguir a mim próprio. O seguir é uma coisa maligna, destrutiva; e, entretanto, a mente segue, não é verdade? Ela segue Budha, segue Cristo, segue uma idéia, uma Utopia perfeita — porque a mente se acha num estado de incerteza, e quer a certeza. O seguir é uma exigência de certeza. Visto que exige a certeza, a mente está criando a autoridade — política, religiosa, ou a autoridade própria e está sempre a copiar; por conseguinte está lutando incessantemente. O seguidor jamais conhece a liberdade que há em não seguir. Só se pode estar livre, havendo incerteza e, não, quando a mente está a perseguir a certeza.
A mente que está seguindo, está imitando, está criando a autoridade e, portanto, com medo. Este é que é realmente o problema. Todos nós sabemos que seguimos, todos aceitamos certas teorias, certas idéias, alguma utopia ou outra coisa qualquer, porque, muito profundamente, no consciente e bem assim no inconsciente, lá está o temor. A mente que não teme não cria o oposto e não tem o problema do seguir; não tem guru, não tem padrão; ela está viva.
A mente se acha num estado de temor — medo da morte, medo de alguma coisa; e para ser livre entrega-se ela a várias atividades que conduzem à frustração; e surge, então, o problema: “pode a mente ficar livre do temor?” (não “como” ficar livre?). “Como ficar livre?” é uma pergunta de colegial. Desta pergunta resultam todos os problemas a luta, a consecução ele um fim e, por conseguinte, o conflito dos opostos, Pode a mente ficar livre do temor?
Que é o temor? O temor só existe em relação com alguma coisa Tenho medo da opinião pública, tenho medo de meu patrão, de minha mulher, de meu marido; tenho medo da morte; tenho medo da solidão; medo de não alcançar, de não conhecer a felicidade nesta vida, de não conhecer Deus, a verdade, etc,. O medo, pois, está sempre em relação com alguma coisa.
Que é esse medo? Se pudermos compreender a questão do desejo, o problema do desejo, poderemos, suponho, compreender o temor e ficar livres dele.
“Eu desejo ser alguma coisa” — eis a raiz de todos os temores. Quando desejo ser alguma coisa, meu desejo de ser essa coisa e o fato de que não sou essa coisa criam o temor, não só num sentido restrito, mas também no mais amplo sentido. Nessas condições, enquanto existir o desejo de ser algo, tem de haver temor.
Estar livre do desejo não é a projeção mental de um estado que o meu desejo me diz ser o estado em que devo achar-me. Temos de ver, com toda a simplicidade, o fato do desejo, temos de estar simplesmente cônscios dele — como vemos num espelho, sem deformação, a nossa imagem, o nosso rosto, tal como é e não como desejamos que seja. O reflexo da vossa imagem no espelho é muito exato; se puderdes estar cônscio do desejo em igual sentido, sem condenação; se simplesmente o observardes vendo-lhe todas as facetas, todas as atividades, vereis, então, que o desejo tem um significado inteiramente diverso.
O desejo da mente é de todo diferente do desejo em que não há escolha. O que combatemos é o desejo da mente — o desejo de “vir a ser alguma coisa”. É por causa dele que seguimos e que temos gurus. Todos os livros sagrados vos levam à confusão, porque vós os interpretais de acordo com o vosso desejo e, por conseguinte, só enxergais o reflexo dos vossos próprios temores e ansiedades, nunca a Verdade. Assim, pois, só a mente que se acha num estado sem desejo algum, só essa mente é que não segue e não tem guru. Ela está totalmente cônscia de qualquer movimento; só então pode manifestar-se a bem-aventurança do real.

Krishnamurti – As Ilusões da Mente



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Receita da Vovó




O sofrimento que parece interminável é fruto de um desejo de sofrer sozinho. Quando nos abrimos para o sofrimento alheio, a proporção maior do sofrimento do outro torna nosso sofrimento menor.

Mas, por que deveria eu me abrir ao sofrimento alheio quando mal conseguido conviver com o meu próprio sofrimento?

Enquanto ainda permanecermos neste paradigma, o melhor mesmo é ficar ‘curtindo’ o próprio sofrimento.

‘Curtindo’... como se faz ao depurar um molho de tomates.

Deixa-se o molho em fogo baixo para que a ação contínua e lenta e suave do fogo elimine os excessos que deixariam o molho aguado. Como a abrasante mágoa faz emergir lágrimas embargadas na garganta. Como as lágrimas escorridas eliminam os nós na garganta e depuram as intragáveis mágoas que nos queimam por dentro.

Neste Natal, junte à sua solidão a solidão do outro e viva o milagre da comunhão.

A pitadinha de açúcar para quebrar a acidez do tomate – segredo da boa cozinha, segredo da receita da vovó – é dada na partilha honesta de nossa mais profunda e solitária dor com alguém que escuta de forma verdadeiramente solidária e isenta de julgamentos.

LibaN RaaCh

sábado, 17 de dezembro de 2011

Mediana mediocridade de ser



Levou muito tempo para perceber uma triste realidade operante: as pessoas não são culpadas por viverem num constante estado mediano. Na realidade, a palavra que eu gostaria de me referir para retratar o estado de ser em que a grande maioria vive, é a palavra “mediocridade”. Mas, como sei que a grande maioria recebe esta palavra de forma bastante agressiva, vou ficar com a palavra “mediano”. Não há nada de errado em fazer uso da palavra “mediocridade” para me referir ao estado de ser e estar na vida de relação em que a grande maioria, a massa se permite estar. Mediocridade, significa um estado entre o bom e o mau, e é preciso ter sempre em mente e coração que o bom sempre se fez inimigo do melhor. Viver na mediocridade, significa se permitir um modo de vida medíocre, ou seja um modo de vida mediano, sempre igual ao da média, ordinário, sofrível, vulgar — não o vulgar de obscenidade (se bem que em muitos casos é bem isso que ocorre) —, um estado de ser que não permite a expressão do real talento pessoal, somente aquilo que tem pouco valor e que por isso, tem pouco merecimento. O estado de mediocridade é o estado que nos mantém interiormente insuficientes, mesmo que exteriormente, — apesar da pessoa medíocre não sentir assim —, se faça presente tudo o que materialmente se faz necessário para um modo digno de se estar na vida.
..........Como dizia, as pessoas não são culpadas pelo presente estado de mediocridade de suas mentes, por não se verem vitimas da contagiosa mediocridade humana. Todos fomos “adestrados” desde a mais tenra idade para ver na mediocridade, um fator de sucesso. Não é preciso ser um sociólogo para constatar a veracidade desta afirmação: o que é medíocre é que faz sucesso! O que é medíocre é o que dá ibope! O que é medíocre é o que gera voto... A maioria nunca conheceu ou desfrutou de outro estado de ser. Nunca se viu em contato constante, nunca foi excessivamente exposto a ambientes diametralmente opostos ao estado de contagiosa mediocridade. Quase sempre, o ambiente em que se encontravam estava repleto de imitação, repleto de veneração ao que é tradicionalmente estabelecido, sempre permeado por conversas paltadas na trivialidade dos acontecimentos, em conversas que nunca apontavam e que nunca apontam para o que há de mais essencial: a descoberta de sua real natureza. Em vista disso, como poderia ser diferente? Como poderia ser diferente, se desde a nossa infância, somos educados por educadores completamente deseducados sobre si mesmos? Como poderia ser diferente, se em nossa educação, nunca fomos incentivados a fazer perguntas fundamentais, a questionar sempre, a querer ver por si mesmo, ao contrário, sempre forçados, amestrados, adestrados a aceitar o prato pronto de certezas incertas?
..........Definitivamente, as pessoas não são culpadas por isso, não são culpadas por se manterem medíocres. Elas não têm escolha, nunca tiveram. Enquanto seu Ser não se satura da excessiva e contagiosa carga de mediocridade, enquanto seu ser real não dá através da experiência do absurdo, o ar de sua graça, não há como conhecer outra possibilidade, não há como conhecer outra realidade possível.
..........Diz um grande amigo meu, que as pessoas, quando nesse estado de mediocridade, não precisam de modo algum de serem por nós atacadas, uma vez que elas mesmas estão sempre a se auto-atacarem, estão sempre auto-boicotando suas possibilidades de real bem-estar. Essas pessoas, merecem de nossa parte, carinho e proteção, acolhimento e proteção de si mesmas. Não é preciso querer modificá-las, muito menos se trata de querer “aceitá-las”. Trata-se tão somente de estar ao lado destas pessoas, sempre conectado a este estado de Presença, este estado de Presença que sabe muito melhor do que nosso limitado conhecimento, nosso limitado achismo, — fruto de nosso intelecto —, o que poderia ou não ser melhor para essas pessoas. Aliás, viver nessa forma de achismo é um grande sinal da presença de, em nós, um estado medíocre de ser. Quando vivemos presos nesses achismos do que é ou não é melhor para o outro, do que é ou não melhor para o mundo, trata-se do sujo falando do mal vestido. Se podemos fazer algo de realmente significativo para estas pessoas, esse algo se apresenta no trabalho pessoal de se manter em constante contato consciente com este divino, amoroso e caloroso estado de Presença. Ficar nesta calorosa Presença, e permitir que esta Presença, Seja, que Ela atue em sua forma preferida: o silêncio do anonimato. Estas pessoas não precisam de barulho; de barulho, suas mentes já estão cheias. Elas precisam da saneadora, da curativa ação do silêncio do Ser, elas precisam de um mergulho no Ser. Se elas não podem criar o ambiente necessário para que, através do silêncio, esta Presença, Seja e atue, podemos, quando com elas, fazer a nossa parte.
..........Definitivamente, as pessoas não tem culpa alguma de estarem até o último fio de cabelo, permeadas por tal contagiosa mediocridade coletiva. Elas não são culpadas: são apenas, co-responsáveis. Elas não precisam de mais rótulos e julgamentos. Elas precisam de amor... E para isso, eu sou responsável!

..........Nelson Jonas

Ensino Superior



O que conta no "Ensino Superior":
A presença de um bolso pagante
E a indiferença à mente pensante.

Nelson Jonas

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Socorro, não estou sentindo nada!


NJ: Oi!

AZ: Oi, bom dia!

NJ: Bele?

AZ: Tudo e você?

NJ: Veja, estou bem, mas, o vazio e a falta de sentido judiam... Fui tomar café na padaria só para passar o tempo.

AZ: Ah! Sim, sem dúvida! Esse vazio está aqui, independente de ter ou não coisa para fazer.

NJ: Isso que pensei!

AZ: Estou cheia de coisas e ele está aqui, presente.

NJ: Fiquei me questionando se haveria diferença entre estar numa rotina atarefada ou numa rotina não atarefada... Qual sentido de ficar no trânsito parado logo cedo como vi agora?

AZ: É um estado de ser que depende de algo maior. Não depende de coisas mundanas.

NJ: Qual o sentido de ficar parado aqui, como estou, agora? Isso que sinto, mas, fico questionando se isso também não seria uma desculpa, um escapismo para justificar a falta de inteligência para perceber algo com real sentido para empregar as energias.

AZ: E como "perceber" por mim mesma?

NJ: Boa pergunta!

AZ: A inteligência não vem da mente!

NJ: Concordo! Mas, o fato é que já não aguento mais ficar procurando o que fazer.

AZ: Imagino! Deve ser muito ruim mesmo, só resta a fazer, coisas físicas.

NJ: As opções que se apresentaram na mente, não diferem muito do conhecido, que por sinal, em nada me tocam. Não estou falando isso depressivamente, mas, de modo inteligente.

AZ: Sim.

NJ: Não vejo lógica, o que se apresenta é puro entretenimento; acho profundamente fútil.

AZ: É, ontém a noite estava pensando nisso... Mais uma vez!

NJ: Pela manhã, na padaria, olhei para o suporte dos jornais, onde alguns homens folheavam as primeiras páginas... A mente pede para comprar o jornal, para ter o que fazer com o tempo... Mas qual o sentido de me anestesiar com as noticias do dia anterior?... E qual o sentido de me anestesiar com textos espiritualistas?

AZ: Que sentido tem acordar cedo, trabalhar feito camelo, chegar em casa quebrada, apenas para ter o sustento dessa existência? Vejo o tempo se esgotando igual uma ampulheta... O tempo está correndo e não espera não!

NJ: Ai, na volta para casa, a mente diz que devo procurar um emprego qualquer, apenas para me manter ocupado...

AZ: Ai é que você ia enlouquecer!... Do jeito que você é... Ter que conviver com os mais variados tipos humanos, que na maioria, de humano, não têm nada... Conviver com a vaidade das pessoas, com o EGO inflado a mil... Porque elas estão totalmente identificadas com as exigências do sistema. Para mim, o mais importante é estar nisso e não me corromper, estar sem ser, mas, é profundamente desgastante! Tem hora que tenho vontade de mandar os outros pra aquele lugar!...

NJ: Mas, o problema maior é que não sei o que realmente gostaria de estar fazendo... Ai fico aqui ouvindo um programa de rádio, alguns, sem dúvida, muito criativos, mas, cuja produção, só serve para alegrar um ego dormente, não me alimenta, é tudo "bacaninha", e todo mundo acha "demais", mas comigo, apenas, "bacaninha"... Seria o sentido de estar nesta vida, apenas conseguir um bom emprego remunerado, ou criar algo que possa "entreter", "distrair"? Entreter e distrair o outro de seu próprio sentimento silencioso e disfarçado da mesma falta de sentido?... Seria conseguir um emprego bem remunerado com o qual possa fugir da própria solidão, meu próprio sentimento de falta de sentido através do consumo e viagens?... Só para ser mais um tendo um monte de coisas para falar sobre as atividades externas que em nada alimentam o interno?... Sinceramente? Não sei! Não me faz sentido!

AZ: Isso nada me interessa, nada! Quero mais!

NJ: Quero algo mais, de algo que não sei dizer o que é! Só sei que o que está ai, não faz sentido e novamente lhe afirmo que falo isto sem o menor sinal de depressão, isso vem através de um raciocínio lógico!

AZ: Por isso que estou constantemente insatisfeita! Porque, o que tem ai, não me diz nada! Não quero nada disso, quero algo que me preencha, e justamente pra não precisar de nada disso que se encontram nessas distrações pra lá de vencidas!

NJ: Falo isso de forma muito conscientemente e responsável. Não vejo sentido em comprar uma carteirinha para frequentar o "coro dos contentes" e ainda ter que pagar por isso, uma mensalidade cara demais para meu espírito!

AZ: Exatamente! Não quero ser contente, quero ser feliz!

NJ: Sei que se comentasse isto com alguém que não se apercebeu de nada disso, porque nunca foi capaz de fazer perguntas fundamentais, lógico que seria logo rotulado, me seria dado um diagnóstico de doença, ou me receitaria algo, no mínimo, igualmente vazio e embotante.

AZ: Sabe o significado da palavra “Contente”?... Que está satisfeito com a sua sorte ou com alguma coisa específica alegre, prazenteiro. 2 ant Que causa alegria ou satisfação... Ah! Vendo aqui o significado de feliz, também não quero!... Feliz, adj (lat felice) 1 Favorecido pela boa sorte, pela fortuna. 2 Que tem um sentimento de bem-estar. 3 Ditoso. 4 Satisfeito. 5 Bem combinado. 6 Bem imaginado. 7 Bem executado. 8 Que teve bom êxito: Empresa feliz. sup abs sint: felicíssimo... Está vendo? Tudo está associado ao externo, ao material; que saco!

NJ: Pois é! Sinceramente? Não sei o que fazer! Tudo que se apresenta, sinto ser muito superficial... Os contatos são superficiais... As falas são superficiais! As mesmas conhecidas piadas sem sal e sem açúcar! Os mesmos assuntos desgastados! Tudo muito mecânico, rotineiro! Um monte de longínquos acontecimentos externos e nada dos mais próximos sentimentos internos.

AZ: Sim! Não tenho vontade de abrir a boca perto das pessoas, não tenho o que dizer e, por vezes, isso me dá a sensação de emburrecimento!

NJ: Sei como é isso! Sem dúvida!

AZ: Sinto falta de algo maior mesmo.

NJ: Hoje, uma frase do Brian May, o guitarrista do Queen, me chamou muito a atenção...

AZ: Manda!

NJ: ...“Passei 20 anos de minha vida construindo o Queen e, agora, gasto anos de minha vida tentando me livrar dele...”

AZ: Entendo bem o que ele quis dizer com isso!

NJ: Para os sensíveis, isso dá muito no que pensar! Ela aprova nossa teoria de que seja lá qual for o tamanho da realização externa, o vazio, o tédio e a insatisfação estarão sempre lá!

AZ: Sem dúvida! Temos falado muito sobre isso! A pessoa consegue o sucesso externo, mas, não o interno e, quando passa o efeito do sucesso externo, vem o vazio dar as boas vindas!

NJ: Isso prova que sucesso e reconhecimento social não podem de forma alguma ser o sentido da busca de uma existência.

AZ: Não mesmo, isso é fato! Caso contrário, por que então, tantos famosos se matam ou terminam seus dias numa verdadeira bancarrota física e/ou moral?

NJ: Isso não tem nada a ver com a verdadeira "realização", ou seja a ação de tornar manifesto o que é REAL...

AZ: Sim! A pessoa que está nesse caminho do material, ela é um saco sem fundo... Está sempre precisando adquirir algo, senão ela depara com os próprios fantasmas, com o próprio vazio e, como não quer se deparar com isso, entra na ciranda de adquirir mais e mais coisas rapidamente descartáveis... Cada hora uma aquisição, cada hora uma mercadoria diferente.

NJ: Sem isso, elas não são nada! Sem isso, elas não tem do que falar! Elas acreditam que são os seus empregos e aquilo que elas conseguem através deles!... Não é nada fácil se manter no ócio, sem se anestesiar com algo que se torne um vício; isso é o que percebo; há sempre o impulso para fazer algo, nem que seja através de algo que coletivamente seja considerado como uma "ação espiritual". Muitos tentam dar sentido às suas vidas através de "se doarem" em atos de "caridade", o que na realidade, não passa de egoísmo disfarçado. Não se trata de um transbordamento de amor, mas sim, de fazer uso da precária situação do outro, para aplacar a própria situação insuportável. Quando se vê isso, e se percebe que em si mesmo não há esse transbordamento, como é possível se dedicar a tal idéia socialmente alimentada?... O pior é que são raros aqueles que tem a coragem de não ficar com esse bla-bla-bles social e assumir para si e para os demais que vivem da mesma situação. Estava vendo aqui, parece que nosso amigo Nabil se encontra na mesma atmosfera. Depois, se der, confere lá:

http://confrariadosdespertos.blogspot.com/2011/12/cest-la-vie-e-isso.html

AZ: Show esse texto do Nabil... Maravilhoso! Parece que ele estava na nossa conversa.

NJ: Pois é! Ele, como nós, é um boêmio, um outsider! Bem, preciso dar uma saída. Nos falamos mais tarde. Segura o vazio ai, e sem anestesiar! De fato, esta foi uma das raras conversas nutritivas! Obrigado por ela! Vou nessa! Beijos!

AZ: Beijos! Até!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Política



Enquanto você cresce, enquanto a sociedade o ensina a ser dessa maneira, a se comportar dessa maneira, você começa a ficar hipócrita, e a se identificar com a sua hipocrisia.
No jantar, eu disse a uma amiga que o primeiro homem a elaborar a máxima "A honestidade é a melhor política" deve ter sido alguém muito esperto. A honestidade não é uma política, e se é uma política, não é honestidade: você é honesto porque isso compensa, e vai ser desonesto se compensar. A honestidade é a melhor política quando compensa, mas se ás vezes ela não compensa, então a desonestidade é claramente a melhor política. A questão é: o que compensa?

E minha amiga lembrou que naquele dia mesmo ela tinha lido num livro, numa frase, duas palavras muito reveladoras. Ela nunca havia aproximado aquelas palavras: polir, polidez, política. O que é polidez? É uma espécie de política. Ambas as palavras derivam da mesma raíz. As três palavras- polir, polidez, política- têm todas a mesma raíz, significam a mesma coisa. Mas a polidez você a considera uma característica boa. Você nunca pensaria nela em termos de política, mas é política. Ser polido é uma medida de defesa.

Na Europa você cumprimenta com um aperto de mãos. Por que você aperta com a mão direita? Por que não com a esquerda? Faz parte da política na verdade. Apertar as mãos não é nada amistoso. É apenas um gesto que significa: "Minha mão direita está vazia, portanto não se preocupe. E deixe-me ver se sua mão direita está vazia também, se você não está segurando uma faca ou qualquer coisa assim."
E quando aperta com a mão direita, você não pode sacar a espada, pois com a mão esquerda... a menos que você por acaso seja canhoto. É apenas um modo de dar à outra pessoa a certeza de que você não vai feri-la, e ela lhe dá a certeza de que não vai ferir você. Com o passar do tempo, tornou-se um símbolo de saudação mútua.

A nossa cultura, a nossa educação, a nossa religião- tudo isso nos ensina a ser hipócritas, de maneiras tão sutis que, a menos que você se aprofunde na busca, nunca vai descobrir o que está fazendo.

Por que você sorri quando encontra um amigo? Qual é a necessidade disso? Se não tem vontade de sorrir, por que sorri? Você precisa fazê-lo. É uma política que compensa, porque um dia você pode precisar da ajuda desse homem, e se você sempre sorriu pra ele, ele não poderá recusar. Se nunca sorriu para ele, e nunca disse nem um "oi", você não precisa sequer se incomodar em procurá-lo, ele vai expulsá-lo da casa dele, dizendo: "Vá para o inferno!" É preciso compreender todas essas camadas e livrar-se de todas elas.

Seja um observador, para não conseguir se identificar com nenhum sonho.
Meu esforço é para despertar você. Talvez seja difícil no começo, porque você vem sendo um mendigo há tanto tempo, que vai pensar que estou lhe tomando seu reino. Por isso é uma jornada difícil.
Eu a tornei tão simples, na aparência, porque sei o quanto ela é difícil por dentro. Torná-la difícil também por fora seria desumano. Portanto na aparência, eu a tornei absolutamente simples- não pode ser mais simplificada- porque por dentro, o verdadeiro trabalho é duro. Mas precisa ser feito. Se não o fizer, você terá vivido sem saber o que a vida é. Você terá existido de um modo que não se pode chamar de "viver", mas apenas de "vegetar".

Não seja um vegetal, um repolho, uma couve-flor. Sim, existem essas duas categorias de pessoas: os repolhos são as pessoas sem instrução, as couve-flores são repolhos com formação universitária, mas não há muita diferença.

A única coisa que faz diferença é: acorde!

É difícil não abusar da própria autoridade. Muito difícil- porque em primeiro lugar, as pessoas buscam a autoridade exatamente para abusar dela.
Você já ouviu a famosa máxima do lorde Acton, de que o poder corrompe. Não é verdade. A observação é correta em certo sentido, mas não é verdadeira. O poder jamais corrompe ninguém, mas ainda sim o lorde Acton está certo em termos- porque nós sempre vemos gente sendo corrompida pelo poder. Como o poder é capaz de corromper as pessoas?
Por outro lado, na verdade, as pessoas corrompidas buscam o poder.

É claro que quando não têm poder, não têm como expressar sua corrupção. Quando têm poder, elas são livres. Então elas podem agir com o poder, sem se preocupar. Então elas se mostram como realmente são, revelam o seu verdadeiro rosto.

O poder não corrompe ninguém, as pessoas corrompidas é que se deixam atrair pelo poder. E quando têm o poder, é claro, elas o utilizam para satisfazer todos os seus desejos e paixões.

Acontece. Uma pessoa pode ser muito humilde. Quando está buscando um cargo político, ela pode ser muito humilde, e você talvez a conheça- você talvez saiba que, durante a vida inteira, ela foi uma pessoa simples e humilde- e você vota nela. No momento em que assume o poder, há uma metamorfose, não é mais a mesma pessoa. Todos ficam surpresos- como o poder corrompe?

Na verdade, aquela humildade era falsa, uma enganação. A pessoa era humilde porque era fraca. Era humilde porque não tinha poder. Tinha medo de ser esmagado por outras pessoas poderosas. Sua humildade era a sua política, a sua polidez. Ela não precisa mais temer, ninguém mais pode esmagá-lo. Agora ela pode ser seu verdadeiro eu, agora ela pode expressar a própria realidade. Agora ela parece corrompida.

Em toda interação humana você vê isso acontecendo. As pessoas vão despejando sua autoridade em toda parte, tiranizando os outros ou sendo tiranizadas pelos outros. E quando alguém o tiraniza, você imediatamente encontra alguém mais fraco, em algum lugar, para se vingar.

Quando o seu chefe o tiraniza no escritório, você chega em casa e tiraniza a sua mulher. E se ela não for feminista, ela vai esperar até que o filho volte da escola para tiranizá-lo. E se o filho for à moda antiga, ele irá para o quarto e quebrará os brinquedos, porque são as únicas coisas que ele pode tiranizar. Ele pode mostrar seu poder nos brinquedos. Mas isso continua indefinidamente. Parece que esse é o jogo. Essa é a política real.

Portanto, sempre que você tem alguma autoridade... e todo mundo tem uma ou outra autoridade. Não é possível encontrar ninguém, nem mesmo a última pessoa do mundo, que não tenha autoridade. Até ela tem alguma autoridade, até ela tem um cachorro que possa chutar. Todo mundo tem alguma autoridade em algum lugar. Logo, todo mundo vive na política. Você pode não ser membro de nenhum partido político, isso não quer dizer que você não seja político. Se abusa da sua autoridade, você é político. Se não abusa da sua autoridade, você não é político.

Seja mais consciente para não abusar da sua autoridade. Isso vai lhe trazer uma luz bastante nova- como você funciona- e deixá-lo muito calmo e concentrado. Vai lhe proporcionar tranquilidade e serenidade.

(Osho)

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Queridos em primeiro lugar eu me considero um intelectual outsider , coisa aqui rara no Brasil , não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo inclusive a nenhum grupo de intelectuais não respondo a nenhum credo , não participo de qualquer militância . ( Milton Santos . )

Meus escritos são para aqueles que desejam receber a verdade, num estado de mente simples e infantil, pois eles possuirão o reino de Deus. Escrevi unicamente para aqueles que buscam; para os astutos e expertos, nada tenho a dizer...
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme

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