Você precisa simplificar a existência, podar seus desejos e diminuir suas preocupações, a fim de que sobrem mais tempo e energia para um lazer divinamente vivido.
Você precisa alimentar uma tal paixão pela Verdade a ponto de achar que certas obrigações sociais são obstáculos no caminho, e por isso precisam ser omitidas. Mas, tanto quanto possível, deixe-as permanecer. Se elas se tornam um empecilho, então precisam ser afastadas, porque a Verdade vem primeiro. Não é necessário abrir mão de todas as formalidades sociais. No entanto, é prudente eliminar aquelas que não são essenciais. Simplifique a vida o quanto possível for dentro de sua posição, e então você terá a mente mais livre para poder refletir. Se a sua mente está totalmente tomada por outras coisas, como você pode pensar a respeito da Verdade? Viver mais simplesmente não significa se tornar um morador da floresta. Procure descobrir o áureo meio-termo e viver emancipado de desejos inúteis. Desde o momento em que você se deixa obsedar por desejos de representar um papel na sociedade, existe sempre o perigo de que tais desejos lhe mantenham demasiadamente ocupado para atender a quietude do pensamento e ao estudo superior. Faça o que lhe compete, porém, nem um bocado a mais.
Você precisa de senso de proporção. As forças criadoras não trouxeram à existência este vasto universo por causa de uma simples pessoa, que é você. Sua presença não é necessária para o funcionamento da máquina universal. De modo semelhante, a sociedade e a civilização podem muito bem prosseguir por um tempo sem alguém, ainda que seja o melhor para a mudança.
A primeira e máxima necessidade para aprender a dominar a sua mente é ter períodos de retiro espiritual, retirar-se das habituais atividades pessoais para a solidão. Tais retiros podem durar apenas um dia ou um final de semana por vez. Também podem se estender de um a seis meses, ou mesmo, de um a dois anos. Não se pode predeterminar ou prescrever o período, mas, se você estiver progredindo, sentirá, uma ou outra vez, um premente impulso interno para descartar os estorvos de constante absorção na vida diária. Você já deve ter ouvido alguém dizer — ou você mesmo já deve ter dito — "Eu gostaria de viajar por cerca de um mês e me afastar de tudo". Isso é um premente impulso interno; um desejo espiritual para se desenvolver. Sempre que possível, você deve aproveitar uma oportunidade que se apresente, ou melhor ainda, se esforçar para criá-la, ainda que apenas por algumas horas.
Os homens se tornaram tão empenhados na vivência material, na luta para ganhar a vida, e no estonteante ambiente das grandes cidades em que são forçados a morar, que durante o último meio século, se tornaram cada vez mais obsedados por seus corpos materiais. O trabalho, as condições de vida em geral, e os prazeres se tornaram tão definitivamente materiais que o relaxamento, num sentido espiritual, se tornou uma pronunciada exceção. Mas, na Ásia e em algumas partes da África você encontrará o inverso. As pessoa tomam por obrigação dispor de tempo para relaxar por motivos religiosos e espirituais. Eu falo das massas. Elas compreendem que não devem apenas ganhar a vida, mas também, manter a vida! Não é uma questão de você ficar atarantado pela condição de sua alma, mas de você obter uma visão mais clara do que realmente você é.
Você não precisa entrar para um mosteiro — o mundo de hoje é o seu mosteiro, e as lutas da vida diária constituem a disciplina monástica; não é o que você faz, mas como você o faz; o que importa não é se sentar num eremitério, mas se sentar no centro de seu próprio ser. O sábio pode fazer da vida do mundo o seu próprio eremitério e das atividades no mundo seu meio de libertação.
É nas ocasiões de retiro que você pode realmente relaxar e dirigir sua mente para canais espirituais. Se você mora em cidades barulhentas, procure escapar sempre que possível para a quieta solidão da Natureza. Submeta-se às impressões do novo ambiente que chegam até você. Se você procura orientação para um problema particular, irá encontrá-la mais facilmente.
Mesmo que você seja apenas um humilde servidor, impossibilitado de escapar mais que uma ou duas semanas durante o ano e mais do que algumas horas por semana, você pode, no entanto, colher fartamente do emprego certo até de curtos períodos de retiro. Não é tanto uma questão de tempo que você tenha à sua disposição. Você precisa empregar estes retiros, acima de tudo, para completo esquecimento de seus afazeres pessoais. Desta forma, você prepara uma atmosfera adequada para que a alma impessoal da Natureza conceda certo grau de iluminação.
O passo seguinte, durante o período do seu retiro, é buscar o mais possível a solidão. Evite a demasiada associação com pessoas. Cada pessoa que você encontra se torna uma fonte de distração e diversão de seu objetivo, a não ser que se trate de alguém de superior estatura espiritual. Cada indivíduo está circundado de uma atmosfera que ele carrega para onde quer que vá; mesmo que invisível, essa atmosfera não deixa de ser tão real que sob certas condições poderá ser registrada por instrumentos científicos. Definitiva mas temporariamente, esta atmosfera pessoal influencia aos outros, pelo menos alguns, que entrarem em contato com ela. Desde que a maioria das pessoas do mundo é inclinada para objetivos outros que não os mais elevados que a Natureza (Deus) lhes estabeleceu, você deve tomar cuidado para não se deixar ser dominado por essas personalidades. Uma frequente e demasiada mistura com elas, seja nas multidões ou na vida social, pode conduzir à subordinação de seus objetivos espirituais aos seus propósitos materialistas.
Se você puder ser tão afortunado durante um retiro para encontrar a companhia de alguém dotado de uma vida espiritual mais poderosa que a sua, então, o retiro lhe será verdadeiramente muito mais proveitoso do que o comum.
Você vê a diferença que fiz entre o fanático e completo retiro do mundo e o desprendimento ocasional? O autodomínio e a autodisciplina são qualidades que podem ser aprendidas no mundo. As dificuldades do asceticismo são demasiadamente pronunciadas, como as tenho visto, e eu creio que essas dificuldades superam as vantagens.
Paul Brunton
Você precisa alimentar uma tal paixão pela Verdade a ponto de achar que certas obrigações sociais são obstáculos no caminho, e por isso precisam ser omitidas. Mas, tanto quanto possível, deixe-as permanecer. Se elas se tornam um empecilho, então precisam ser afastadas, porque a Verdade vem primeiro. Não é necessário abrir mão de todas as formalidades sociais. No entanto, é prudente eliminar aquelas que não são essenciais. Simplifique a vida o quanto possível for dentro de sua posição, e então você terá a mente mais livre para poder refletir. Se a sua mente está totalmente tomada por outras coisas, como você pode pensar a respeito da Verdade? Viver mais simplesmente não significa se tornar um morador da floresta. Procure descobrir o áureo meio-termo e viver emancipado de desejos inúteis. Desde o momento em que você se deixa obsedar por desejos de representar um papel na sociedade, existe sempre o perigo de que tais desejos lhe mantenham demasiadamente ocupado para atender a quietude do pensamento e ao estudo superior. Faça o que lhe compete, porém, nem um bocado a mais.
Você precisa de senso de proporção. As forças criadoras não trouxeram à existência este vasto universo por causa de uma simples pessoa, que é você. Sua presença não é necessária para o funcionamento da máquina universal. De modo semelhante, a sociedade e a civilização podem muito bem prosseguir por um tempo sem alguém, ainda que seja o melhor para a mudança.
A primeira e máxima necessidade para aprender a dominar a sua mente é ter períodos de retiro espiritual, retirar-se das habituais atividades pessoais para a solidão. Tais retiros podem durar apenas um dia ou um final de semana por vez. Também podem se estender de um a seis meses, ou mesmo, de um a dois anos. Não se pode predeterminar ou prescrever o período, mas, se você estiver progredindo, sentirá, uma ou outra vez, um premente impulso interno para descartar os estorvos de constante absorção na vida diária. Você já deve ter ouvido alguém dizer — ou você mesmo já deve ter dito — "Eu gostaria de viajar por cerca de um mês e me afastar de tudo". Isso é um premente impulso interno; um desejo espiritual para se desenvolver. Sempre que possível, você deve aproveitar uma oportunidade que se apresente, ou melhor ainda, se esforçar para criá-la, ainda que apenas por algumas horas.
Os homens se tornaram tão empenhados na vivência material, na luta para ganhar a vida, e no estonteante ambiente das grandes cidades em que são forçados a morar, que durante o último meio século, se tornaram cada vez mais obsedados por seus corpos materiais. O trabalho, as condições de vida em geral, e os prazeres se tornaram tão definitivamente materiais que o relaxamento, num sentido espiritual, se tornou uma pronunciada exceção. Mas, na Ásia e em algumas partes da África você encontrará o inverso. As pessoa tomam por obrigação dispor de tempo para relaxar por motivos religiosos e espirituais. Eu falo das massas. Elas compreendem que não devem apenas ganhar a vida, mas também, manter a vida! Não é uma questão de você ficar atarantado pela condição de sua alma, mas de você obter uma visão mais clara do que realmente você é.
Você não precisa entrar para um mosteiro — o mundo de hoje é o seu mosteiro, e as lutas da vida diária constituem a disciplina monástica; não é o que você faz, mas como você o faz; o que importa não é se sentar num eremitério, mas se sentar no centro de seu próprio ser. O sábio pode fazer da vida do mundo o seu próprio eremitério e das atividades no mundo seu meio de libertação.
É nas ocasiões de retiro que você pode realmente relaxar e dirigir sua mente para canais espirituais. Se você mora em cidades barulhentas, procure escapar sempre que possível para a quieta solidão da Natureza. Submeta-se às impressões do novo ambiente que chegam até você. Se você procura orientação para um problema particular, irá encontrá-la mais facilmente.
Mesmo que você seja apenas um humilde servidor, impossibilitado de escapar mais que uma ou duas semanas durante o ano e mais do que algumas horas por semana, você pode, no entanto, colher fartamente do emprego certo até de curtos períodos de retiro. Não é tanto uma questão de tempo que você tenha à sua disposição. Você precisa empregar estes retiros, acima de tudo, para completo esquecimento de seus afazeres pessoais. Desta forma, você prepara uma atmosfera adequada para que a alma impessoal da Natureza conceda certo grau de iluminação.
O passo seguinte, durante o período do seu retiro, é buscar o mais possível a solidão. Evite a demasiada associação com pessoas. Cada pessoa que você encontra se torna uma fonte de distração e diversão de seu objetivo, a não ser que se trate de alguém de superior estatura espiritual. Cada indivíduo está circundado de uma atmosfera que ele carrega para onde quer que vá; mesmo que invisível, essa atmosfera não deixa de ser tão real que sob certas condições poderá ser registrada por instrumentos científicos. Definitiva mas temporariamente, esta atmosfera pessoal influencia aos outros, pelo menos alguns, que entrarem em contato com ela. Desde que a maioria das pessoas do mundo é inclinada para objetivos outros que não os mais elevados que a Natureza (Deus) lhes estabeleceu, você deve tomar cuidado para não se deixar ser dominado por essas personalidades. Uma frequente e demasiada mistura com elas, seja nas multidões ou na vida social, pode conduzir à subordinação de seus objetivos espirituais aos seus propósitos materialistas.
Se você puder ser tão afortunado durante um retiro para encontrar a companhia de alguém dotado de uma vida espiritual mais poderosa que a sua, então, o retiro lhe será verdadeiramente muito mais proveitoso do que o comum.
Você vê a diferença que fiz entre o fanático e completo retiro do mundo e o desprendimento ocasional? O autodomínio e a autodisciplina são qualidades que podem ser aprendidas no mundo. As dificuldades do asceticismo são demasiadamente pronunciadas, como as tenho visto, e eu creio que essas dificuldades superam as vantagens.
Paul Brunton
Nenhum comentário:
Postar um comentário