" Eu vi um poço fundo e escuro; em sua borda havia um balde amarrado em uma corda. Eu vi o balde sendo baixado para dentro do poço e, quando ele foi novamente puxado para cima e para fora da escuridão, ele estava transbordante de água clara e pura. Eu ouvi as palavras: Bem dentro de cada alma existe a pureza do Espírito. Procure sem pressa até encontrá-la e, então traga-a à tona." Eileen Caddy
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sábado, 7 de janeiro de 2012

Pateticamente feliz



Dirigindo-me ao encontro entre confrades, numa quinta-feira chuvosa, final de tarde (mais de sete horas e, ainda, continuava claro devido ao horário de verão); observei, no banco de trás de um carro à minha frente, um menino colocar seu catavento pela janela e, hipnotizado pelo giro do catavento conforme o carro aumentava ou diminuía a velocidade, acompanhar – maravilhado – cada mudança.

Quantas não foram as mudanças em nossas vidas pelas quais deixamos de nos maravilharmos pelo simples fato de terem acontecido desobedientemente?

Nem mesmo o risco de o menino ficar sem o catavento, pois uma lufada de vento mais violenta arrancaria da tênue firmeza de suas pequeninas mãos a haste, deixava-o apreensivo ao ponto de impedi-lo de continuar se maravilhando com o espetáculo do giro aleatório no catavento e da multiplicidade de cores produzidas por este giro.

Eis que, após o carro efetuar uma curva, o menino perde equilíbrio e a haste escapa de suas mãozinhas. Com a mão espalmada grudada no vidro traseiro do carro, os dedinhos abertos, o menino lançava um olhar melancólico ao seu catavento se perdendo no asfalto...

Dirigindo logo atrás, fiz uma manobra brusca para não passar com a roda do carro por cima do catavento. O menino me olhou espantado. Fiz um sinal – erguendo os ombros e a sobrancelha – como se quisesse consolá-lo pela perda que acabara de ter.

Talvez, em retribuição ao que interpretei como gratidão pelo meu cuidado em não esquartejar por atropelamento ao objeto de seu encanto, o menino sorriu... sorriu e progressivamente aumentou seu sorriso... até se converter em gargalhada.

Ao passar pelo carro, percebi que os pais sorriam atônitos contagiados pela gargalhada do menino, sem – contudo – terem qualquer conhecimento do ocorrido.

LibaN RaaCh

 

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Queridos em primeiro lugar eu me considero um intelectual outsider , coisa aqui rara no Brasil , não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo inclusive a nenhum grupo de intelectuais não respondo a nenhum credo , não participo de qualquer militância . ( Milton Santos . )

Meus escritos são para aqueles que desejam receber a verdade, num estado de mente simples e infantil, pois eles possuirão o reino de Deus. Escrevi unicamente para aqueles que buscam; para os astutos e expertos, nada tenho a dizer...
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme

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