" Eu vi um poço fundo e escuro; em sua borda havia um balde amarrado em uma corda. Eu vi o balde sendo baixado para dentro do poço e, quando ele foi novamente puxado para cima e para fora da escuridão, ele estava transbordante de água clara e pura. Eu ouvi as palavras: Bem dentro de cada alma existe a pureza do Espírito. Procure sem pressa até encontrá-la e, então traga-a à tona." Eileen Caddy
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pátio dos convalescentes



Todos fazemos algum ato confirmatório diário de nossa profissão de fé. Um ato onde reafirmamos o que somos e o que queremos diariamente.
O meu é reler escritos. O que faço através deste blog.
Ainda que escrever não seja uma profissão, eu o faço com muita fé.
Por isso, considero este blog uma espécie de recanto, de parque, de pátio, por onde caminho... de texto em texto... e vou sendo ... lentamente... arrebatado.
Arrebatado, convalesço das minhas dores, dos meus sofrimentos que, quando comparados às doenças terminais ou à angústia do suicida, tornam-se coceguinhas na barriga. Mas é em mim que elas doem e, portanto, por meio delas me aproximo dos doentes terminais e dos angustiados.
Leio e releio para me criar... para me criar em acordo com os escritos. Para fazer jus a esses registros enlevados do ser. Entretanto, no decurso das horas, desacordos proliferam: uma coisa quebrada aqui, condução para tomar, trânsito, tarefas para cumprir, contas para pagar (essa é a pior)... ARRRGHHH!
Nada disso tem importância. Mesmo assim, a menor destas coisas sem importância, quando não realizada, converte-se em foco contagioso, difundindo mal-estar em tudo...
Pode-se dizer que estas coisas, então, ganham importância? NÃO. Continuam menos importantes do que o prevalecimento de um estado acolhedor do ser.
Só consegue acolher quem tem reservado um espaço dentro de si. Um espaço vazio... um vazio! Se vazio estou, cada instante vivido ganha qualidade de inédito. E consigo fazer coisas rotineiras desimportantes terem significado pelo acolhimento silencioso efetivado no vazio do meu ser... pela infusão do inédito no velho.
Isso é criar. Isso me torna único e insubstituível!
Como torna únicos e insubstituíveis todos aqueles que assim procedem. Porque cada um tem a sua estória e a maneira particular de assimilá-la personifica como cada um disponibiliza o seu vazio.
Sem abrir um vazio, um vácuo, nenhum feito abrigará autenticidade.
Nenhuma frase, dita ou escrita, conterá substâncias nutritivas na forma de palavras.
Liban Raach

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Queridos em primeiro lugar eu me considero um intelectual outsider , coisa aqui rara no Brasil , não pertenço a nenhum partido, não pertenço a nenhum grupo inclusive a nenhum grupo de intelectuais não respondo a nenhum credo , não participo de qualquer militância . ( Milton Santos . )

Meus escritos são para aqueles que desejam receber a verdade, num estado de mente simples e infantil, pois eles possuirão o reino de Deus. Escrevi unicamente para aqueles que buscam; para os astutos e expertos, nada tenho a dizer...
Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo Espírito, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança. – Boehme

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